As forças de segurança prometem endurecer as formas de luta, se o Governo continuar sem chegar a acordo quanto ao subsídio de risco atribuído à PSP e GNR.

A reunião desta quarta-feira, entre os sindicatos da polícia e o secretário de Estado Antero Luís, terminou sem acordo.

Enquanto a reunião decorria no Ministério, no Terreiro do Paço centenas de elementos das forças de segurança manifestavam o seu desagrado com a proposta do Governo, de um aumento entre os 48 e os 68 euros.

De Braga, rumaram a Lisboa cerca de uma centena de elementos. Entre eles, Rui Moreira, polícia há mais de 20 anos e porta-voz dos agentes bracarenses. 

"O Governo prometeu que iria compensar o risco com a revisão de um suplemento fixo que já auferimos, ao qual poderá acrescentar algum valor, mas não adiantou qual o valor, nem em que moldes são feitas essas mexidas", explicou à RUM, Rui Moreira. 

A reunião, dizem os agentes das forças policiais, "defraudou as expectativas". "Foi uma mão cheia de nada", lamenta este Polícia de Segurança Pública. 

O Governo propôs ainda melhorar os salários mais baixos da PSP e GNR, que rondam os 850 euros.

"Poderá ser um sinal, ao admitir que os ordenados no início de carreira são precários, mas não apresentaram a forma como se propunham a aumentar", referiu. Em início de carreira, diz Rui Moreira, um agente "não ganha mais do que 900 euros, mas os primeiros 15 anos de vida policial são feitos em Lisboa". "Não é um salário que permita fazer uma vida longe de casa", apontou.

Às forças de segurança "está vedado o direito à greve", mas os polícias prometem endurecer a luta. "Vamos pensar em formas de luta que obriguem o Governo a olhar para nós de forma séria. Se as manifestações e negociações não surtem efeito, os polícias vão endurercer as medidas de luta", garantiu o agente.

Na próxima quarta-feira há nova reunião com o Governo, em Lisboa. De Braga rumaram à capital, esta quarta-feira, cerca de 100 polícias, os mesmos que voltarão ao Terreiro do Paço, na próxima semana.