Nacional 19.10.2021 13H28
"Cometem um erro tremendo se reduzem o problema das empresas à redução de impostos"
Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, encerrou a Conferência ‘Fundos Europeus: O Minho e a Galiza’, organizada pela CONFMINHO - Confederação Empresarial da Região do Minho, que decorreu esta segunda-feira, no Altice Forum Braga.
"Reduzir impostos liberta sempre a pressão financeira que as empresas enfrentam, mas colocar como bala de prata para os problemas da economia é não perceber como funciona uma economia". Esta foi uma das mensagens que o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, deixou aos empresários, esta segunda-feira, em Braga.
Na Conferência ‘Fundos Europeus: O Minho e a Galiza’, organizada pela ConfMinho - Confederação Empresarial da Região do Minho, o responsável político frisou que "as empresas precisam é de encomendas e de procura para produzir, vender e ganhar dinheiro" e, garante, "é assim que se desenvolve uma economia". No entanto, Pedro Nuno Santos reconhece que isso "não põe em causa a necessidade de reduzir as impostas", mas, acrescentou, "cometem um erro tremendo se reduzem o problema das empresas à redução de impostos".
O ministro salientou ainda a dinâmica da região Norte do país. A ferrovia mereceu a atenção do ministro das Infraestruturas que apontou holofotes para a linha de alta velocidade que vai ligar Lisboa, Porto, Braga e Vigo.
"Estamos em 2021 e demoramos 3 horas a chegar de Lisboa ao Porto em caminho-de-ferro e de Braga a Vigo 3h30. Todos sabemos a importância que tem o tempo para o negócio e no dia em que demorarmos 1h15 entre Porto e Lisboa ou 30 minutos entre Braga e Vigo a forma como olhamos para o território e a forma como as empresas se organizam no espaço vai mudar radicalmente. É um investimento estruturante", reforçou.
Pedro Nuno Santos deixou ainda alguns recados aos críticos do governo socialista, no que toca às verbas destinadas às infraestruturas anunciadas para Portugal.
"Quando temos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a variante à EN 14 não estamos a engordar o Estado, estamos a criar condições para que este eixo, que liga a Maia a Famalicão, um troço de grande dinamismo industrial, deixe de ter o gargalo que tem", afirmou. O ministro assegura ainda que este é "um investimento para as empresas" e deixou a garantia de que "quem vai fazer a estrada não é o Estado, nem são empresas públicas, são empresas privadas". Este foi apenas um dos exemplos apontados pelo ministro, que evidenciou ainda o acesso rodoviário da Zona Empresarial do Vale do Neiva à A28 e o acesso do Ave Parque à A11.
"Quando se olha para um programa e só se vê investimento público que serve o Estado não se percebe patavina do que é investir no desenvolvimento económico de um país e na criação de condições para a coesão territorial, dentro da própria região, mas também em relação à região da Galiza", disse ainda.
Pedro Nuno Santos diz que para o país evoluir é necessária uma "maior articulação entre o setor privado, o público e a academia", admitindo que "é um processo longo, mas que pode ser feito com perseverança". "Aprendi com os empresários do Norte a capacidade de não se acomodarem. Temos que fazer a nossa parte e o Estado a sua, mas Portugal é capaz de mais e a região Norte, o Minho e a Galiza mostram todos os dias que é possível mais", finalizou.