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Pedro Magalhães

Nacional 26.04.2020 07H30

Como sobreviver a um verão atípico?

Escrito por Pedro Magalhães
Condicionamentos à entrada nas praias, ou o cancelamento iminente de festivais e jogos de futebol trazem uma nova realidade à qual não estamos habituados.  
Especialista na área da saúde das populações, Pedro Teixeira, deixa algumas sugestões

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A poucos dias do fim do terceiro e, presumivelmente, último estado de emergência decretado pelo Governo, já se discute o modo mais seguro de levantar as medidas restritivas com as quais os portugueses viveram no último mês e meio em virtude do surto da Covid-19.


A pergunta mais frequente e à qual todos querem obter resposta é para quando o regresso à normalidade mas talvez seja mais oportuno interrogar sobre como conviver com o vírus, numa fase em que é quase garantido que a vacina ‘milagrosa’ só chegue no próximo ano ou, no melhor dos cenários, no final deste.


Até lá, e depois de uma primavera exasperante, há um verão para viver. É uma época quente e na qual ocorrem diversos eventos de natureza hedónica - idas à praia, festivais de verão, ou jogos de futebol – e que necessariamente implicam grandes aglomerados de pessoas num mesmo espaço.


A contenção até à chegada da cura exige cuidados redobrados e é por isso que festivais de música como o Glanstonbury ou o Montreux já anunciaram o cancelamento – em Portugal, os promotores continuam na expectativa de perceber a evolução da doença. No futebol, e apesar de a Alemanha estimar o regresso da Bundesliga já no início do Maio, será difícil conceber, a breve trecho, um Estádio do Dragão, da Luz ou de Alvalade com 40 ou 60 mil pessoas.


A resposta para ultrapassar a ausência desses eventos catárticos não é de fácil resolução mas Pedro Teixeira, professor na Universidade do Minho e especialista na área da saúde das populações, diz à RUM que pode estar algures no círculo íntimo de pessoas de cada um. “Há sempre pessoas que conhecemos exímias na capacidade de fazer os outros rir, de se sentirem bem dispostos”, argumenta.


O especialista reconhece que “os planos de cultura e lazer são fundamentais para o bem-estar” de cada um e há que “encontrar novas formas, criativas e inovadoras, de ter momentos de cultura e boa disposição”.


O distanciamento físico, recorda, não é sinónimo de isolamento social e aposta, no meio de um processo conturbado, que as relações sociais vão sair reforçadas no pós-pandemia.


“Vários estudos sugerem que as redes sociais, nos momentos de maior crise, tendem a ficar mais fortalecidas. Estamos numa fase incerta mas, à medida que nos formos adaptando, estou certo que, enquanto comunidade, vamos ultrapassar tudo de forma tão ou mais eficiente do que até aqui”.

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