A oposição no executivo municipal de Braga aprovou e elogiou, esta segunda-feira, o negócio para a compra do antigo S. Geraldo e o edifício do Pé Alado à Arquidiocese de Braga. 

PS e CDU consideram que a autarquia acaba de adquirir um ativo importante para dar lugar a um novo equipamento cultural. Com esta aprovação, o contrato de compra será assinado muito em breve. 

Ainda não é possível quantificar a estimativa de investimento que será de "alguns milhões de euros", e a obra será conjunta com a autarquia a candidatar a empreitada a fundos comunitários. O concurso público será lançado "em fevereiro", indicou esta segunda-feira o autarca local.

Ricardo Rio admite que a espera trouxe vantagens ao município. O autarca refere que "não estava nas expetativas iniciais" que o processo de negociação se arrastasse por tanto tempo, mas segundo o mesmo, o "a degradação do edifício acabou por conduzir a uma desvalorização", o que faz com que o negócio seja fechado "por um valor abaixo de quando o processo foi iniciado", nomeadamente com os valores fixados para a renda. "Mas é o que resulta das avaliações e acho que tudo somado, a câmara, a cidade, fazem um bom negócio", conclui.

Do lado da oposição, o preço "abaixo do expetável" levantou dúvidas por parte dos socialistas, com o vereador independente, Adolfo Macedo, a questionar no decorrer da reunião de câmara se este acordo com a arquidiocese abarcava alguma "troca de favores", algo negado pelo autarca social democrata. "Tendo como referência os preços pagos pela dependência do antigo banco junto ao Theatro Circo, que não é um quarteirão, de facto este valor é uma pechincha", argumentou, realçando que "o mais importante sublinhar é avançou-se para a compra que era isso que propunhamos há muito tempo. Só temos que nos regozijar com isso", acrescentou.

O vereador da CDU, Vítor Rodrigues, admite tratar-se de "um negócio justo e desejável", uma vez que PCP e Os Verdes "sempre defenderam que o edifício devia vir para a esfera municipal com uma finalidade cultural", lamentando apenas que "não tenha sido possível, desde logo, avançar para a compra do edifício e obrigar a câmara a um pagamento de rendas sem ter qualquer benefício de usufruto de um espaço que necessitará ainda de uma requalificação profunda".

O concurso público para a empreitada, que decorrerá em simultâneo nos dois edifícios, vai ser lançado até fevereiro, tendo em vista o Media Arts Center. O autarca estimou que em meados de 2026 os dois edifícios estejam recuperados para as finalidades determinadas.