Confiança. CMB disponibiliza à UMinho projeto de residência para candidatura ao PRR

Depois de várias reuniões com a Universidade do Minho (UMinho) nos últimos meses, o presidente do Município de Braga e a instituição acordaram avançar com uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência(PRR) tendo em vista a recuperação do edifício da antiga Fábrica Confiança para uma residência universitária pública.

Depois do fracasso nas duas tentativas de alienação do imóvel, a maioria liderada por Ricardo Rio desistiu de avançar para uma nova hasta pública e acedeu à sugestão do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro no sentido de aproveitar o projeto já desenvolvido e financiado pelo município que pretendia a alienação do imóvel para a construção de uma residência universitária privada.

Agora, segundo o autarca local, “não será alterado o uso a que o imóvel estava destinado”, uma vez o PIP aprovado visava o alojamento para pessoas ligadas à universidade. “O que vamos fazer é, com a UMinho, manter a propriedade do imóvel e promovermos, com base numa candidatura ao PRR, a edificação do projeto que estava consagrado em sede de PIP, naturalmente com outro detalhe, respondendo a uma necessidade muito premente do concelho de Braga, que é de criação de mais camas para estudantes universitários”. 

A expetativa passa por duplicar a capacidade atual de camas em residências universitárias em Braga.

Até setembro será submetida a candidatura ao PRR. O autarca acredita que o estado de maturação deste projeto será uma vantagem. “Estamos na linha da frente até do ponto de vista da maturidade do projeto garantindo uma execução rápida”, aponta.

A ser aprovado, esta será uma residência universitária com 700 camas, com diferentes valências nos edifícios, incluindo serviços de lavandaria, restaurantes, ginásio e spa, zonas de lazer e zonas de trabalho.

Recorde-se que o referido projeto prevê a reabilitação do atual edifício da Confiança e a construção de um novo edifício e parque de estacionamento no logradouro.

Ouvido pela RUM, o Reitor Rui Vieira de Castro explica que a UMinho quis perceber “o que estava disponível respondendo a alguns requisitos do PRR, designadamente a necessidade de a construção estar terminada em 2026 e as verbas estarem comprometidas até 2023”. Por essa razão, diz que a Fábrica Confiança “apereceu como uma possibilidade óbvia”, uma vez que entre as exigências estão “edifícios com alguma  maturidade de projetos associada”.

O PRR prevê um financiamento de aproximadamente 25 mil euros por cama. “Para um número de camas que se aproximará das 750 ou 770 camas, estamos a falar de um financiamento na ordem dos 19 Milhões de Euros”. A ideia passa por “replicar o modelo habitual de residências na Universidade do Minho” com camas para estudantes bolseiros e não bolseiros, assim como estudantes internacionais.

A principal preocupação dos estudantes é que avance um projeto que venha suprimir as necessidades – AAUM

Já o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Rui Oliveira, que voltou a criticar a falta de compromisso do governo no que respeita ao reforço de camas no ensino superior público para colmatar um défice há vários anos identificado na Universidade do Minho, explica que a principal preocupação dos estudantes é que esta recuperação seja aprovada para “suprimir as necessidades dos estudantes a preços que são praticaos pelos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho”. Além disso, Rui Oliveira assume compreender e respeitar que este projeto de reabilitação “preserve a memória histórica” da antiga Fábrica Confiança.

A titularidade do imóvel não muda o contexto – Ricardo Rio

Questionado ainda pela RUM sobre se esta mudança da autarquia pode ser vista como uma cedência àquele que foi o apelo à sociedade civil, Ricardo Rio recusa essa ideia, considerando que a titularidade do imóvel “não muda drasticamente o contexto do desenvolvimento do projeto”. 

Assinalando que o município não tinha capacidade financeira para reabilitar o espaço e que uma alienação permitiria um encaixe financeiro e a reabilitação do imóvel, o autarca explicou que com as novas circunstâncias do processo, a maioria entendeu “articular com a universidade uma outra modalidade para concretizar a iniciativa”.

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Elsa Moura
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