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Ricardo Rio é presidente da CMB desde 2013.
Elsa Moura

Autárquicas 2021 17.09.2021 10H51

Confiante na reeleição, Ricardo Rio recusa ideia de perder a maioria absoluta

Escrito por Elsa Moura
O candidato da coligação Juntos por Braga foi entrevistado esta quinta-feira na RUM.

O candidato da coligação Juntos por Braga manifesta total confiança na reeleição com maioria absoluta no próximo dia 26 de setembro. Esta quinta-feira, em entrevista à RUM, Ricardo Rio recusou também qualquer cenário de acordo com outros partidos como por exemplo o Partido Socialista ou com o Chega na eventualidade de uma vitória sem maioria absoluta e com a eleição de vereadores destes dois espetros políticos. À Universitária explicou que num cenário desses “não faria acordos com ninguém”. 


“Não temos qualquer condição para fazer com o Partido Socialista de uma forma genérica, não teremos nunca condições para fazer acordos com o Chega, portanto, naturalmente, nesse cenário governaríamos numa minoria e os representantes no executivo municipal fariam as suas opções em função das propostas que fossem apresentadas”, respondeu. Ainda assim, Ricardo Rio manifesta total confiança no eleitorado considerando que “para bens dos bracarenses esse é um cenário muito afastado da realidade e naturalmente que não se terá que colocar”.


Sobre o processo em S. Victor, a freguesia com mais eleitores e em que o rompimento de relações com o atual presidente Ricardo Silva levou o líder da coligação Juntos por Braga a convidar Firmino Marques para uma candidatura, Ricardo Rio diz não temer o resultado de 26 de setembro ou uma eventualidade de divisão ou perda de votos. O social democrata avança que Firmino Marques “é a pessoa que melhor trabalho fez alguma vez na junta de freguesia”, e recusa que esta rutura venha a impactar no processo eleitoral. “Não tenho uma eleição garantida nem antecipada, mas estou muito tranquilo e muito orgulhoso do trabalho que desenvolvemos e estou certo que o apoio que vou sentindo se vai materializar no objetivo de termos mais um voto do que tivemos há quatro anos”, apontou.


MetroBus deve passar na Av. Padre Júlio Fragata

O recandidato da coligação Juntos por Braga revelou à RUM que estão já desenhadas várias linhas para o MetroBus, entre as quais uma via dedicada na Avenida Padre Júlio Fragata. O BRT, que terá financiamento da bazuca europeia, é uma das bandeiras do candidato de direita. O recente estúdio prévio elaborado pela autarquia já foi apresentado ao Ministério do Ambiente e apresenta linhas desenhadas desde a Estação de Caminho de Ferro até ao Minho Center, passando pela UMinho e até ao Hospital. A Avenida Padre Júlio Fragata também deverá disponibilizar uma das vias para a linha MetroBus.


Nesta mesma Avenida, onde circula boa parte do trânsito automóvel na cidade, cresce a onda de críticas à velocidade praticada pelos automobilistas e aos níveis de poluição. Várias candidaturas defendem a semaforização e urbanização da avenida, além de uma via dedicada a autocarros e espaço para a bicicleta e para o peão.

A Avenida, nas atuais circunstâncias, impede também a ligação direta entre a rua D. Pedro V e a rua Nova de Santa Cruz, como vários candidatos sugerem. Ora, o candidato da coligação Juntos por Braga refere que “a implantação de uma segunda rotunda, a norte da rotunda das piscinas, ou a semaforização, teriam as mesmas consequências muito gravosas sobre os tempos de espera do trânsito”. Por isso, o atual executivo ainda em funções “abandonou a ideia do prolongamento do túnel” aproveitando a iniciativa do MetroBus.

Recusando a ideia que a renovação de frota dos TUB tenha ficado aquém das expectativas iniciais, o ainda autarca refere que demorou “mais do que gostaria”, mas garante que os 25 autocarros a gás “estão prestes a chegar”.

O candidato da coligação adianta que a maioria “foi ao limite possível face aos recursos possíveis”. Rio afirma também que a gratuitidade dos TUB “é uma má proposta” que significaria investir mais de 7ME por ano “para financiar uma política com pouquíssimo impacto porque a esmagadora das pessoas não usa os transportes públicos não por não poder pagar o passe”.

As 25 novas viaturas a caminho de Braga não são elétricas. Ricardo Rio diz que a opção se deve à “maturidade tecnológica das viaturas” recusando colocar em causa o serviço prestado. “O gás natural comprimido é uma alternativa perfeitamente validada”, justifica. Já o MetroBus deverá circular com viaturas alimentadas a hidrogénio.


Concurso para o projeto do Nó de Infias será apresentado dentro de semanas

Já a Variante do Cávado continua por concluir à semelhança da resolução do Nó de Infias, promessas que já constavam no programa da coligação de 2017. O recandidato recusa responsabilidades na concretização de cada um dos projetos, justificando o atraso com as “tramitações” entre levantamento e negociação com proprietários e o estudo de impacte ambiental. Segundo o próprio, na semana transata foi lançado o procedimento concursal para a realização do estudo prévio da Variante. Já sobre o Nó de Infias, Rio lembra que a titularidade da via não pertence ao município mas à Infraestruturas de Portugal. “Só podemos lançar o concurso para o projeto – que já está executado – e vai ser apresentado publicamente após as eleições”, anunciou. Quanto à obra, a mesma “será incluída no plano de empreitadas para o próximo ano”. 


O candidato assume também que a intervenção no Nó de Infias “não vai resolver todos os problemas”. Insistindo na ideia de que os problemas de trânsito “ainda são relativamente contidos no comparativo com outras cidades da mesma dimensão”, o candidato social democrata defende a migração para o transporte público através da renovação de linhas, qualificação da oferta e novos sistemas de transporte.


"Uma pintura em cima de um buraco desacredita uma política positiva. Foi um descuido"

No que respeita a ciclovias, Ricardo Rio afirma que além de não considerar “uma prioridade absoluta”, refere que a rede de quase 80km foi prometida a um horizonte temporal mais alargado. Segundo o próprio, a extensão da ecovia do Este vai ser prolongada até Celeirós no próximo mandato.

Sobre as vias pop-up e a pintura em zonas com piso degradado, o candidato da coligação admitiu que “a fotografia em cima do buraco desacredita uma política que é positiva”, apontando que se tratou de “algum descuido” na execução do trabalho naquela via.


Coligação quer rede de creches, mas com mapeamento das reais necessidades

A coligação Juntos por Braga já anunciou anteriormente que quer criar uma rede de creches pública. O candidato promete apoio às instituições, quer através de projetos, cedência de terrenos ou cedência de equipamentos públicos “por todo o concelho”. Aqui, avisa que é preciso “mapear as reais necessidades” para evitar “ estimular uma concorrência frenética entre as próprias instituições”. O social democrata afirma que Braga tem sido um “exemplo na fixação crescente de cidadãos”, cenário que, na sua opinião, irá contribuir para a renovação demográfica que se pretende.


"A dificuldade no pagamento de uma renda em Braga não é um problema de algumas famílias"

No que respeita à habitação, Ricardo Rio diz que a dificuldade no pagamento das rendas em Braga “não é um problema transversal, mas sim de algumas famílias em Braga”. “É um problema que afeta determinadas franjas da população”, continua. Defendendo a regulação do mercado, o candidato da coligação diz que é preciso “continuar a aumentar a oferta e dar igual prioridade aos projetos urbanísticos que possam ser dirigidos para fornecimento de habitação tal como aconteceu com investimentos de natureza económica” nos anos mais recentes. A revisão do PDM é outra das propostas da coligação apontando a novas áreas de construção na periferia de Braga. 


Na Bragahabit, é necessário “duplicar o apoio consignado até 2025”, assume. 

A coligação Juntos por Braga pretende ainda “criar estímulos na aprovação de novos projetos de licenciamento urbanístico para que os promotores possam cativar parte da habitação que venha a ser edificada para construção a custos controlados”, disse.

Sobre o atraso sistemático no licenciamento de projetos por parte da área de urbanismo na autarquia, Ricardo Rio admite que “o problema existe”, ainda que considere que em parte se deve ao “acréscimo de pedidos submetidos” fruto do “dinamismo da cidade”. “Os serviços não estavam preparados e os recursos humanos foram diminuindo. Importa repor o stock de colaboradores e melhorar a organização”, conclui.


“A remunicipalização da Agere é uma oportunidade”

O candidato da coligação Juntos por Braga pretende a remunicipalização da Agere para garantir “um melhor serviço” ainda que afaste a ideia que a presença dos privados seja “nociva". "Não é é tão vantajosa”. 

“Pela primeira vez em 2017 reduzimos os tarifários da água, temos vindo a ter uma política de congelamento e tivemos políticas pró-ativas durante a pandemia”, lembrou. O ainda autarca afirma que neste momento “não é possível” propor a redução da fatura “porque há uma carteira de investimentos muito significativa” dando o exemplo da ETAR.


Com muitas críticas atribuídas ao seu executivo no que respeita ao abate de árvores na cidade, Ricardo Rio justifica que a maioria “representava um perigo”. No caso da recuperação junto ao Hotel Meliã onde foram várias árvores abatidas, o candidato diz que “era necessário” fazê-lo afastando qualquer “dramatismo” em torno deste assunto. “Na altura a solução técnica foi aquela. Não é um problema que possa rotular esta câmara como uma câmara que não tem contribuído para o reforço do parque arbóreo. Nos últimos oito anos plantamos milhares de árvores por todo o concelho, mas não se pode plantar árvores em cima do túnel da Avenida, por exemplo”, ironizou.


"O Rio Este está muito melhor do que alguma vez esteve"

Sobre as descargas no rio Este, diz que “há uma culpa histórica no sistema de drenagem das águas residuais”. “Há muitas condutas direcionadas para o rio e que potenciam aquilo que algumas pessoas pensam que são descargas ostensivas. São gravosas, merecem uma atenção e a CM de Braga está a desenvolver o cadastro dessas zonas e vai intervir para tentar eliminar essa drenagem”, clarifica. No entanto, sublinha o recandidato, “o rio Este está muito melhor do que alguma vez esteve”.


"Não me choca que o SCB possa voltar ao Estádio 1º de Maio. Corrigiria um erro histórico"

É conhecido o objetivo de Ricardo Rio de vender o Estádio Municipal de Braga. Afastada agora a ideia de um referendo já que a medida consta do programa eleitoral da coligação Juntos por Braga, Ricardo Rio afirma que "foi um erro histórico retirar o SCB do Estádio 1º de Maio". Um eventual regresso "só pode ser feito se o estádio estiver ao serviço da comunidade", argumenta, acrescentando que "não pode ficar apenas consignado ao futebol". Do ponto de vista patrimonial, o candidato da coligação Juntos por Braga avisa que a Direção Geral do Património Cultural "não viu com bons olhos a ideia de reconstruir o estádio não garantindo a manutenção daquilo que é a sua estética e arquitetura atual", revelou a propósito da apresentação de um projeto da atual direção do SCB para aquele edificado, recentemente.

Sublinhando que durante os últimos anos a CMB pagou quase 80ME de investimento do Estádio Municipal e concluindo que por essa razão "foi a maior obra do mandato", o candidato diz que é preciso recuperar parte desse investimento. "Ou através de uma alienação, o que nas atuais circunstâncias é menos provável, ou através de uma forma de rentabilização diferente que permita gerar algum retorno financeiro direto para o município", apontou.


OUVIR A ENTREVISTA COMPLETA A RICARDO RIO, CANDIDATO DA COLIGAÇÃO JUNTOS POR BRAGA



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