O presidente da Câmara Municipal de Braga (CMB), Ricardo Rio, abriu hoje o 42º Congresso do PSD, no Forum Braga, dando as boas-vindas a todos os militantes sociais democratas, deixando elogios a Luís Montenegro e à liderança, mas sem se inibir de lançar uma espécie de recado que, para quem sabe das divergências internas do PSD em Braga com a definição do candidato para 2025, foi evidente. Começou com dimensões positivas, passou depois para alguns conselhos voltados para o partido e terminou com uma mensagem de esperança e crença na governação de Luís Montenegro. 

“É com grande alegria que Braga recebe este congresso, numa circunstância muito especial em que Portugal tem novamente como primeiro ministro, o líder do PSD, Luis Montenegro", começou por declarar.

Caraterizando o líder dos sociais democratas como um homem "sereno, capaz e empático", Rio notou que a partir de Braga Luís Montenegro "ganhará energia para continuar a servir os portugueses".

Fez questão de salientar “três distintos bracarenses” que integram o governo PSD com pastas “extremamente difíceis”, referindo-se a José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura, Fernando Alexandre, Ministro da Educação, Ciência e Inovação e Pedro Dias, secretário de estado do desporto.

O autarca mencionou também Hugo Soares, natural de Braga, ele que fez parte do seu percurso político em Braga, através da JSD e da Assembleia Municipal de Braga. “É com alegria pessoal que vejo o jovem que esteve na frente de muitas batalhas que conduziram o PSD à liderança da CMB em 2013 como secretário geral do PSD e líder da bancada parlamentar", afiançou.

Referiu-se a “mais uma bracarense, Maria Luís Albuquerque", como figura do PSD a ocupar um papel relevante na Comissão Europeia. "Braga está de facto em todo o lado. É com muita alegria que vejo as estrelas a alinhar-se para que Braga continue a ter muita influência em Belém", atirou, referindo-se a Luís Marques Mendes, de Fafe, ainda que sem mencionar o nome, num cargo atualmente ocupado por outro social democrata do distrito de Braga, Marcelo Rebelo de Sousa.

Foi quando passou para o tema das eleições autárquicas de 2025 que Ricardo Rio evidenciou os primeiros 'recados' ao PSD. "Estou certo que vamos recuperar o Porto, ganhar Guimarães, Chaves, Santo Tirso e muitos outros concelhos que nos vão devolver a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias e demonstrar que o PSD é um partido com total implantação no país", afirmou. Disse esperar "que haja um fortíssimo contributo das mulheres sociais democratas" para logo depois avisar: "Nao é aceitável que com a qualidade de quadros políticos [do sexo feminino] que nós temos, tenhamos apenas menos de 10% de mulheres presidentes de câmara eleitas pelas listas do PSD". Recorde-se que nas mais recentes discussões internas do PSD em Braga o nome de Olga Pereira não colheu o apoio necessário saindo João Rodrigues como vencedor, ainda que se saiba que Ricardo Rio preferiria a atual vereadora para a sua sucessão nas eleições autárquicas de 2025.

Continuando o seu discurso improvisado, mas claramente com as ideias alinhadas, assinalou o "espaço de referência" Forum Braga, que foi requalificado durante a sua gestão como "uma demonstração física da revolucão que Braga viveu ao longo dos últimos onze anos". Referiu o desenvolvimento da cidade, a relevância no panorama regional e nacional. "É um dos grandes motores do crescimento da economia nacional", continuou.

Mencionou também o processo de descentralização de competências como tema a ter em conta nos próximos tempos. “Sendo o PSD um partido verdadeiramente dedicado ao poder local, saiba corporizar o compromisso com um processo de localização das políticas públicas com transferência de mais competências e mais recursos", apelou. Enquanto que no panorama europeu aconselhou o PSD à defesa de "uma visão mais justa em que as políticas de coesão nao sejam descuradas".

Quanto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Ricardo Rio recordou um recente encontro internacional em Braga focado no tema e de onde surgiu uma declaração que sugere a introdução da cultura nos ODS.

Por fim, o social democrata e presidente da Câmara Municipal de Braga avisou que "um partido que se fecha em si próprio, perde a capacidade transformadora" lançando o repto para "que este fórum seja inspirador de um partido mais aberto, mais plural e mais envolvente da sociedade civil. Estamos no bom caminho, continuemos no bom caminho”, finalizou.

Paulo Cunha - Presidente da Federação Distrital de Braga do PSD 

A segunda intervenção coube ao famalicense Paulo Cunha, atual presidente da Federação Distrital de Braga do PSD e eurodeputado recentemente eleito. Iniciou o seu discurso a explicar que “Portugal mudou de rumo e os portugueses sentem-no" porque "acabou o clima de conflito social" e hoje "Portugal tem um primeiro ministro verdadeiramente entrosado com a sociedade portuguesa". 

"Este é o tempo do PSD e isso é uma ótima notícia para Portugal. Vêm aí reformas, haverá progresso e equilíbrio. É um tempo feliz para Portugal e para o distrito", acrescentou. 

Também Paulo Cunha assinalou que o partido “deve ser capaz de escolher os melhores", referindo uma "abertura à sociedade civil para que quem está disponível sinta que o PSD é o fórum politico acertado" no decorrer das próximas eleições autárquicas.

“Temos a ambição de levar a boa governação mais longe, de chegar a cada uma das freguesias e dos concelhos.

Queremos ganhar as próximas eleições autárquicas e liderar a associação nacional de municípios e a de freguesias", repetiu.

Passada a palavra ao secretário-gera do PSD para resumir a proposta de revisão dos estatutos antes da sua aprovação, Hugo Soares iniciou a sua intervenção com uma nota pessoal para manifestar regozijo pela realização do Congresso Nacional do PSD em Braga. "Que honra é dirigir-me ao congresso nacional do meu partido na minha terra, em Braga. Bem-vindos", exclamou.