Academia 21.06.2024 17H18
Conselho Geral da UMinho aprova por unanimidade voto de solidariedade para com a Palestina
Assunto deverá voltar à discussão por haver conselheiros que consideram oportuno o corte de relações com universidades israelitas. Reitor considera que manutenção de relações com instituições de Israel e Palestina “só pode contribuir para criar condições para a pacificação”.
O Conselho Geral da UMinho aprovou, por unanimidade, esta sexta-feira, um voto de solidariedade para com a Palestina. Apesar de aprovado, o documento sofreu algumas alterações por sugestão dos conselheiros, nomeadamente a inclusão da palavra genocídio, proposta por vários elementos.
António Carlos Rodrigues, vice-presidente do Conselho Geral, apresentou o documento, que conta com cinco pontos.
Miguel Martins, representante dos estudantes, sugeriu o corte de relações e de parcerias com universidades israelitas. “No ponto 2, solidariedade com as instituições de ensino superior e comunidades académicas, é referido, lamentamos profundamente a destruição de universidades. Eu acho que isto não é lamentar, eu acho que isto é condenar”, afirmou.
Além disso, no que diz respeito ao “contributo da Universidade do Minho”, Miguel Martins sugeriu acrescentar uma parte para “instar o reitor da Universidade do Minho a assumir uma posição, por fim, a parcerias com universidades e empresas israelitas por parte da Universidade do Minho e as suas entidades controladas, como os SASUM”. O estudante pretende ainda que “o reitor informe o Conselho de Reitores da tomada de posição do Conselho Geral da Universidade do Minho e desafie este órgão a tomar uma posição concreta sobre esta situação”.
Na resposta, Rui Vieira de Castro explicou que a decisão das relações com as instituições é da responsabilidade do reitor. “A questão das relações com as instituições é a esfera de decisão do reitor e aquilo que eu esperaria é que a Universidade do Minho venha a fazer o que fez no caso da Síria e no caso do Afeganistão, que foi “desencadear ações concretas de acolhimento de estudantes, de investigadores e de docentes oriundos destes países”, frisou.
Lembrando que “a Universidade do Minho tem relações com universidades israelitas e com universidades palestinianas”, Rui Vieira de Castro disse ainda que, para si, “a manutenção dessas relações só pode contribuir para criar condições para a pacificação”. “Há um lugar onde nós podemos atuar, que é o do acolhimento das pessoas”, finalizou.
Estudantes pela Palestina na UMinho protestavam no exterior do Largo do Paço enquanto decorria o CG
O vice-presidente do Conselho Geral aceitou mudar o texto original, substituindo a palavra “lamentamos por condenamos” e foi acrescentado “genocídio”.
“Para mais alterações, teria que se fazer um levantamento das relações com as universidades de Israel, porque temos que tomar decisões informadas”, explicou António Carlos Rodrigues. Além disso, acrescentou, “há muitas pessoas de cada um dos países que está a sofrer por decisões tomadas por estruturas hierárquicas. Não somos um tribunal”.
O Conselho Geral da UMinho aprovou por unanimidade um voto de solidariedade para com o povo palestiniano, mas o assunto voltará a ser discutido por haver conselheiros que consideram oportuno o corte de relações com universidades israelitas.
Enquanto o assunto era discutido no interior do Largo do Paço, o coletivo de Estudantes pela Palestina na UMinho protestava à porta. Os estudantes anunciaram, entretanto, que vão desmobilizar-se do CP 2, no Campus de Gualtar, na próxima segunda-feira, data em que se completa um mês de um protesto pacífico nas instalações da Universidade.