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Vanessa Batista

Academia 26.10.2024 22H46

Convento de S. Francisco abre portas à sociedade e será sede do Polo Arqueológico do Cávado

Escrito por Vanessa Batista
Obras contaram com um investimento global de cerca de 2,5 milhões de euros dos quais 850 mil euros ao abrigo do FEDER e 1,6 milhões do Município de Braga. 
Ouça aqui as declarações do presidente da CCDR-N, António Cunha, do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, e do presidente do Município de Braga, Ricardo Rio.

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Depois de ter estado em ruína durante todo o século XX, o Convento de S. Francisco de Real volta a abrir portas à sociedade, este sábado, graças a uma intervenção conjunta do Município de Braga, da Universidade do Minho, da CCDR-Norte e da Paróquia de Real. O projeto que começou a ser idealizado há oito anos, contou com financiamento FEDER de 850 mil euros e 1,6 milhões de euros de investimento municipal, num total de 2,5 milhões de euros.


Além de passar a integrar o roteiro turístico religioso da cidade bimilenar, o edifício que conta com um Mausoléu datado do século VII, único na Península Ibérica, irá receber a Unidade de Arqueologia da UMinho, que se batia com problemas de espaço e falta de condições adequadas para o desenvolvimento da sua atividade. No local, serão ainda instalados laboratórios e investigadores ligados à fotografia e cartografia.


Iniciativas de natureza expositiva, a título de exemplo, dos trabalhos realizados sobre Bracara Augusta, serão partilhados com a comunidade numa espécie de ´núcleo interpretativo`.


Apesar de recuperado, o financiamento obtido não permitiu a conclusão do projeto na sua totalidade. Durante a visita, num dos espaços exteriores com vista para a cidade, é possível ver a tinta azul que desenha o local onde, o mais brevemente possível, serão colocados novos azulejos.


Para o presidente da CCDR-N, António Cunha, que esteve no arranque deste projeto como reitor da UMinho, esta é uma “obra de referência a nível nacional” que devolve à região e ao país um espaço “muito importante patrimonialmente”.


Durante o discurso, o responsável anunciou que o Convento de S. Francisco irá receber o Polo Arqueológico do Cávado que irá integrar uma rede que está a ser idealizada através do Plano Estratégico para a Cultura do Norte. Para este projeto do Norte 2030 serão canalizados perto de 1 milhão de euros.


“A melhor forma de conservar espaços é permitir o seu uso pela população”, António Cunha.


O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, frisa que este é um dia “particularmente feliz para a Universidade, para a cidade e para a região”. A Unidade de Arqueologia está já a preparar uma candidatura à Rota Europeia das Farmácias Históricas e Jardins Medicinais, como forma de “projetar o espaço no contexto internacional”, visto que esta rede é composta por 11 países e cerca de 30 instituições.


Quanto ao anúncio do presidente da CCDR-N, Rui Vieira de Castro sublinha que se trata de um “compromisso importante” que “não é pensável sem uma direção científica que caberá, obviamente, também à Unidade e Arqueologia”.


"Não perdemos de vista a possibilidade de através de novas candidaturas, podermos completar aquele que era o nosso projeto inicial", Rui Vieira de Castro.


O presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, fala num “abrir de portas a novas parcerias”, visto que “Braga é uma cidade que tem um espólio patrimonial riquíssimo e diversificadíssimo. A partir do Convento de S. Francisco, muitos outros trabalhos poderão ser desenvolvidos”, até com investigadores oriundos de outras cidades portuguesas.


Atualmente, a autarquia está em parceria com a Unidade de Arqueologia da UMinho a trabalhar em diversos projetos como a Ínsula das Carvalheiras, a Musealização do Teatro Romano, Santa Marta das Cortiças, entre outros, o que torna a cidade “ela própria numa espécie de estaleiro histórico sempre com margem para poder propiciar projetos como este (Convento de S. Francisco) que são de uma grande mais valia”, refere.


Quanto à requalificação, não esconde que é uma obra “inacabada”, porém “absolutamente única do ponto de vista do património bracarense”. “Será seguramente uma fonte de atratividade do ponto de vista turístico”, declara.


A intervenção que repôs a coesão espacial do conjunto monumental que congrega três edifícios - Igreja de São Jerónimo de Real, Mausoléu de São Frutuoso (monumento nacional) e Convento de São Francisco - corporiza um conjunto com elevado potencial para o desenvolvimento do turismo cultural e religioso, respondendo ao desafio de valorizar os recursos da Cidade e da região.

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