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António Freitas/CMB
Liliana Oliveira

Cultura 01.02.2025 14H18

Convergências presta tributo a José Afonso e Rosalía de Castro com concerto no Theatro Circo

Escrito por Liliana Oliveira
11.ª edição do festival arranca esta segunda-feira e prolonga-se até 15 de março.

Arranca esta segunda-feira, 3 de fevereiro, a 11.ª edição do Convergências. O festival cultural que une o norte de Portugal à Galiza presta tributo a Zeca Afonso e Rosalía de Castro, num programa que se estende até 15 de março.

O cartaz abre com uma palestra sobre “O Fado em Portugal”, por Artur Caldeira, em Santiago de Compostela e encerra, em Ponteareas, com o concerto “Fusão Tradicional”, do grupo Canto D’Aqui e a Rusga de S.Vicente, no dia 15 de março, às 20h00.


Um dos momentos em destaque decorrerá a 23 de fevereiro, no Theatro Circo, com um concerto de tributo a José Afonso e Rosalía, que conta com a participação de Amancio Prada e Uxía. No entanto, este é o momento escolhido pelo Grupo Canto D’Aqui, organizador do evento, para o lançamento de um CD e de um livro, a propósito dos 40 anos do grupo. “Este momento condensa todo o trabalho ao longo destes 40 anos, conta a história do grupo e conseguimos gravar com a Uxía, dama da música galega, e Amancio Prada, que é o maior divulgador da obra de Rosalía”, denotou Jaime Torres, dos Canto D’Aqui.


Filipe Cunha, também do grupo, considera que “Braga, cada vez mais, gosta deste tipo de festivais e ligações”. Quanto ao concerto do Theatro Circo, o maestro acrescenta que, “além dos temas a solo, Amancio Prada e Uxía vão juntar aos Canto D’Aqui, sendo que Amancio Prada vai ainda cantar poemas de Federico García Lorca, sobre a Galiza”. Filipe Cunha destacou ainda o concerto ‘Fusão Tradicional’, no dia 8 de fevereiro, às 21h30, no Espaço Vita. “Junta uma banda de música que vem do outro lado da fronteira com o grupo Canto D’Aqui e as pessoas vão ouvir coisas que nunca ouviram. Além de Zeca Afonso e Rosalía, vai ser possível ouvir muita música tradicional portuguesa e galega, com poemas portugueses cantados em galego e vice-versa”, detalhou.

No programa, destaca-se ainda um momento de Fado Convergente, no dia 22 de fevereiro, também no Espaço Vita, que junta Ricardo Ribeiro e Uxía.


A Universidade do Minho será também palco de alguns eventos. Desde logo, no próximo dia 5 de fevereiro, o programa será apresentado na Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, às 11h00. No dia 14 de fevereiro, o salão nobre do edifício dos Congregados recebe o concerto Duo de Guitarras.

O cinema também faz parte da programação. Segundo Estela Costa, do Lucky Star, o ciclo de cinema galego-português, que decorrerá na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, vai “demonstrar convergências sociais, culturais e históricas”. “É um ciclo que fala sobre a época pós-ditatorial até ao presente”, acrescentou. O ciclo arranca já esta segunda-feira, com a exibição de curtas metragens “realizadas por jovens portugueses e galegos, que estarão presentes na sessão para partilhar o processo de realização”. Nos dias, 10 e 17 de fevereiro, serão exibidas duas longas metragens. A primeira será sobre a Galiza na época pós-ditatorial, que, depois, será comparada com a sessão seguinte, onde será exibido o filme português “Terra de Abril”, que retrata a mesma época, mas em Portugal.

O Convergências leva ainda a Nogueiró e Tenões duas peças de teatro. “A Furgoneta” no dia 15 de fevereiro e “Sobre o mal que provoca o tabaco” a 14 de março.


Para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, este festival “é um exemplo da resistência de criar laços entre os protagonistas dos dois lados da fronteira”, mantendo, ao longo das 11 edições, o objetivo de “reforçar a história e a identidade do norte de Portugal e da Galiza”. “O Grupo Canto D’Aqui tem feito um trabalho excecional e tem conseguido juntar um leque de artistas que reúnem um programa muito interessante”, acrescentou o autarca. Ricardo Rio considera que este evento “é uma enorme oportunidade que não se pode desperdiçar”.

“Convergências são mãos que se unem ao som da música de José Afonso sob o encanto da poesia de Rosalía de Castro”, afirmou Jaime Torres.

Ana Paula Ferreira, em representação do município, parceiro desta iniciativa, afirmou que este é um “festival de referência para estreitar relações com a Galiza”. “Continua a trazer um programa enriquecedor e que nos convida a estreitar estes laços”, acrescentou. 

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