“Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho”

“Depois de seis anos do exercício de funções como primeiro-ministro, depois dos últimos dois anos num combate sem precedentes contra uma pandemia, é com muita, muita emoção que assumo esta responsabilidade que os portugueses hoje me confiaram”. Estas foram as primeiras-palavras do secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, o grande protagonista da noite eleitoral. 

O líder socialista afirmou hoje que, depois de seis anos de Governo e dois de luta contra a pandemia da covid-19, é com “muita emoção” que irá assumir a “responsabilidade” que os portugueses lhe confiaram.

António Costa disse que se trata de uma noite “muito especial” para si e “seguramente para todos” os socialistas.

“Esta foi uma vitória da humildade, da confiança e pela estabilidade”, afirmou António Costa, assinalando também a descida da abstenção como uma prova do “extraordinário civismo” dos portugueses.


“O povo votou e o PS ganhou”, declara Costa, arrancando uma salva de palmas dos presentes. Os portugueses “desejam um Governo do PS para os próximos quatro anos”, algo que ficou plasmado nos resultados de forma “inequívoca”. “Mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política”, preferindo a “estabilidade, certeza e segurança”, assinala o primeiro-ministro.


“Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho”, assegura António Costa, que reconhece a “responsabilidade acrescida de governar com e para todos os portugueses”, pelo que a maioria será “de diálogo com todas as forças políticas”.

Proteger a independência do poder judicial, cooperar com as instituições, promover a descentralização e cooperar com os órgãos de soberania são objetivos dos socialistas.

O início da nova legislatura coincide com o possível fim do período da pandemia, assinala ainda António Costa.

O PS “terá eleito entre 117 e 118 deputados”, algo que confirma a maioria absoluta, adianta António Costa, numa altura em que ainda não estão contabilizados os círculos da emigração.

Mas porque “em democracia ninguém governa sozinho”, Costa compromete-se novamente com o diálogo com todas as forças políticas, exceto “com aquela com que disse que não vale a pena consumir tempo de diálogo”, o Chega.

Sobre o diálogo com o Presidente da República, Costa espera que continue a cumprir as suas funções, assinalando que este viu a confiança dos portugueses renovada “há um ano”.

“O primeiro que garanto que não vai pisar o risco sou eu próprio”, garante António Costa, que assinala que a maioria absoluta “só foi possível” com o voto de muitos portugueses “de outras origens políticas” e que entenderam que só o PS “podia garantir as melhores condições de estabilidade no país”.

“Saberei interpretar fielmente o mandato que me foi conferido”, garante.

António Costa diz que a maioria “nasceu da vontade dos portugueses” e não de outras combinações políticas, assinalando que reuniu “mais de dois milhões” de votos.

Um dos desafios do primeiro-ministro será o de “reconciliar os portugueses com a ideia de que as maiorias absolutas e a estabilidade são boas para a democracia”.

Sobre o tamanho do Governo, repete a ideia de que vai ser uma “task force para o progresso” e fica agora à espera que o Presidente da República “chame uma personalidade para formar Governo”.

“Se for eu, nessa altura apresentarei o Governo.”

c/Lusa e TSF

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