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Pedro Magalhães

Nacional 19.11.2020 21H58

Costa Silva diz que é "fundamental descentralizar o crescimento do país"

Escrito por Pedro Magalhães
O autor do Plano de Recuperação e Resiliência Económica esteve hoje em Braga, onde apresentou o documento que é a base para o futuro da economia do país.
António Costa Silva e Ricardo Rio

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O autor do Plano de Recuperação e Resiliência Económica alertou esta quinta-feira, em Braga, que "é fundamental descentralizar o crescimento do país", propondo o "envolvimento dos agentes locais e regionais para sair do beco sem saída" em que o país se "atulhou, em termos económicos, neste século".


António Costa Silva apresentou no Altice FORUM Braga, ao longo de mais de duas horas, o documento estratégico que elaborou a pedido do primeiro-ministro e que servirá para promover a transformação do país.


O gestor da Partex apontou a transição energética e a transformação digital como os principais objectivos para a economia de futuro em Portugal mas salvaguardou que a aplicação do documento só fará sentido se houver o envolvimento próximo das regiões, propondo a aposta "em contratos de desenvolvimento regional" para Braga, por exemplo.


"A visão estratégica não funciona se não tivermos os actores locais e regionais - autarquias, Comunidades Intermunicipais e Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) - a construírem grandes plataformas colaborativas", explicou, num ponto que foi partilhado pelo presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, que inaugurou a sessão de apresentação do plano ao referir, antes de elogiar o trabalho de Costa Silva, que "a implementação das medidas e a afectação dos recursos deve ter um forte envolvimento dos agentes de base regional e local".



Mobilidade entre zonas industriais e cidades é um problema e Braga é um dos exemplos

O plano de Costa Silva contempla um forte investimento do país na rede de mobilidade, através da exploração da Zona Económica Exclusiva (ZEE), para fazer a ligação marítima para o mundo, e do reforço na rede ferroviária, para ligar Portugal ao resto da Europa. 


Também internamente, o empresário sugeriu "a ligação ferroviária entre as capitais de distrito", não esquecendo os  chamados missing links – ligações de comunicação em falta "em zonas do país - e provavelmente Braga é um desses casos -" em que estão ausentes "as acessibilidades das zonas industriais às principais vias de comunicação".



Elogio a Braga pelo seu "desenvolvimento industrial"

Registando a transformação digital como uma das metas para o desenvolvimento económico do país, Costa Silva explicou que é necessário "digitalizar os sectores tradicionais e torná-los muito mais competitivos", elogiando, neste aspecto, o concelho de Braga pelo "crescimento e dinamismo no sector industrial".



Excesso de burocracia atrasa o país

Além da regionalização económica, mobilidade e transformação digital, o autor do plano apontou à desburocratização do país como fundamental para o futuro. Lamentando "a cultura muito burocrática" da administração pública, que "atrasa a atracção de capital estrangeiro", Costa Silva propôs, para solução, "a digitalização e a atracção de jovens engenheiros e informáticos para renovar os quadros", sugerindo a negociação de reformas antecipadas para os funcionários mais velhos da administração pública.

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