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Liliana Oliveira

Academia 29.10.2025 18H51

Escola de Enfermagem quer nova casa. Reitor desafia presidência a preparar projeto

Escrito por Liliana Oliveira
Escola Superior de Enfermagem ambiciona ter novas instalações junto à Escola de Medicina. Reitor da UMinho desafiou ESE a preparar o projeto, para estar em condições de avançar com candidatura quando abrir oportunidade de financiamento.
Declarações de Rui Vieira de Castro e Ana Paula Macedo

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A Escola Superior de Enfermagem (ESE) da Universidade do Minho ambiciona ter novas instalações no campus de Gualtar, nomeadamente nas imediações da Escola de Medicina. “O futuro não se constrói apenas com boas intenções”, disse a presidente da Escola, Ana Paula Macedo no discurso da cerimónia do 113.º aniversário da unidade orgânica. Atualmente, no Complexo Pedagógico 1, foram disponibilizados dois espaços e, embora reconheça “o esforço de melhoria”, Ana Paula Macedo lembra que “não responde às reais necessidades da Escola”.

Integrada na UMinho há 21 anos, desde 2015 com morada no campus de Gualtar, a presidente diz que, apesar disso, a ESE “não tem um lugar dentro da universidade”, porque “poucos sabem onde fica a Escola Superior de Enfermagem”.


Na resposta, o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, apontou a uma “ambição antiga e justa”, mas que “não tem sido possível satisfazer”. “É verdade que foi equacionada a localização da Escola Superior de Enfermagem nas proximidades da Escola de Medicina, mas, neste momento, não temos disponível nenhuma linha de financiamento que possa suportar a construção do edifício”, afirmou o reitor. Vieira de Castro desafiou a presidência da Escola a preparar um projeto “desenhado não em função daquilo que é a realidade atual da Escola, mas daquilo que antecipamos que sejam esses projetos daqui a 10 ou 15 anos”. Rui Vieira de Castro considerou ainda “injusto” que se considere que a Universidade não tenha em consideração “o valor da Escola” e lembrou que “a Universidade continua a construir-se”. A possível localização do novo edifício, junto à Escola de Medicina, “deve ser mantida em aberto”. “Independentemente das várias transformações que vão ocorrer na área norte do campus, é possível (que seja ali)”, frisou.

Ana Paula Macedo vai desafiar a equipa que a acompanha na liderança da Escola a “pensar num projeto”, que possa equacionar também “novos lugares” da Universidade de Minho.


ESE avança com mestrado em saúde mental em 2026/2027


Ana Paula Macedo quer “condições adequadas que sustentem o ensino de vanguarda”. Este ano, ao contrário do cenário nacional e da própria UMinho, a Escola de Enfermagem preencheu todas as vagas na 1.ª fase, registando-se um aumento de 30% da procura pela licenciatura em Enfermagem. Até ao momento, foram diplomados nesta casa 1795 enfermeiros.

Foram realizados mais de dez cursos não conferentes de grau. A oferta formativa continua a crescer. No próximo ano letivo, a ESE lançará um mestrado em Saúde Mental. “Estamos a falar de um mestrado que está a ser delineado e que estará a funcionar no próximo ano letivo”, anunciou a presidente.

O reitor desafiou ainda a ESE a promover “um debate dentro da Escola, relativamente aos novos perfis profissionais que são socialmente requeridos”.

“Há uma transformação tecnológica aceleradíssima nesta área, estamos cada vez mais com uma população mais envelhecida, o Sistema Nacional de Saúde apresenta debilidades e isso obriga a pensar nestas circunstâncias como aquelas para as quais a formação tem que ser realizada”, acrescentou.


Especialistas debateram desafios da saúde mental no Ensino Superior


A cerimónia do aniversário contou ainda com uma mesa redonda dedicada ao tema “Desafios da Saúde Mental no Ensino Superior”, que contou com a presença de Adriana Sampaio, coordenadora do programa para a saúde mental na UMinho, Francisco Sampaio, da Coordenação Regional de Saúde Mental do Norte, e Lucília Nunes, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal.

“As pessoas pensam que reduziram o estigma sobre saúde mental, mas, na verdade, os comportamentos das pessoas é que ditam a sua atenção ou não ao outro”, começou por evidenciar Lucília Nunes. A docente evidencia a necessidade de “considerar o outro na sua integralidade, na sua dignidade, o respeito interpessoal, como alguns aspectos que favorecem a saúde mental”. Lucília Nunes evidencia ainda a necessidade de “toda a gente precisar de proteger a saúde mental”, sendo esta “uma tarefa assumida não apenas pelo próprio, mas também pela sua comunidade, pela sociedade, pela instituição universitária”. 

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