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Tiago Barquinha Gonçalves/RUM
Redação

Academia 28.04.2021 19H32

Estudantes defendem fim das propinas; Reitor da UMinho promete estar atento

Escrito por Redação
O movimento que organizou o protesto na academia minhota alerta para problemas que foram agravados com a pandemia. Já o reitor reconhece que são necessárias "respostas adequadas".
As declarações de Hélder Matos, estudante de Ciência Política, e de Rui Vieira de Castro.

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Meia centena de estudantes da Universidade do Minho reivindicaram esta quarta-feira o fim das propinas. Sob o lema 'É hora de avançar, a propina tem de acabar', o protesto de âmbito nacional decorreu também no Campus de Gualtar, junto ao Prometeu.


A manifestação partiu de uma dezena de associações de estudantes, onde se incluiu a Associação Académica da Universidade de Lisboa. Não havendo qualquer movimento por parte da Associação Académica da Universidade do Minho, Hélder Matos, um dos responsáveis pela ação reivindicativa, referiu que era necessário haver alguma iniciativa também na academia minhota.


O aluno de Ciência Política defende que as propinas devem “acabar de forma imediata” e que a atribuição de bolsas de estudo é “insuficiente”. “As bolsas não podem ser para pagar as propinas. Dão-nos de um lado e tiram-nos do outro”, alerta, acrescentando que os estudantes “não deveriam trabalhar para estudar”. Noutra perspetiva, olhando para os efeitos da pandemia, Hélder Matos afirma que "muitos acabaram por ficar desempregados", já que "tinham empregos precários".


A Assembleia da República rejeitou, em 2019, os dois projetos de lei apresentados por Bloco de Esquerda e PCP que previam o fim das propinas até 2023. “Se tivessem sido aprovados, a propina já tinha baixado mais e, nesta fase, os alunos não ficavam tão limitados”.


Se, por um lado, o valor das propinas tem vindo a descer “às pinguinhas” na licenciatura, de acordo com Hélder Matos, o montante exigido aos alunos de mestrado e de doutoramento aumentou nos últimos anos. Criticando esse contrassenso, chama ainda atenção para a discrepância que existe em relação aos estudantes internacionais, cujo custo da licenciatura varia entre os 2.000 e os 6.500 euros por ano. No caso dos alunos nacionais ronda os 697 euros.


Hélder Matos considera “completamente injusto” e defende também a gratuitidade das propinas para os estudantes estrangeiros. Segundo o estudante de Ciência Política, é “incomportável as instituições de Ensino Superior instrumentalizarem os estudantes internacionais para se financiarem”, referindo que o Estado deve assegurar uma maior fatia orçamental para o setor.



Reitor admite alterações à regulamentação


O reitor da Universidade do Minho promete estar atento às reivindicações dos estudantes. Rui Vieira de Castro garante que, na academia minhota, "houve particular atenção às situações críticas identificadas decorrentes do impacto da pandemia". "Não tenho dúvidas que a situação que estamos a viver é uma situação com impactos fortes e que necessitarão de respostas adequadas, seja por parte das instituições, seja por parte do Governo".


Lembrando "os mecanismos de apoio financeiro a estudantes em situação crítica" de que a UMinho dispõe, o responsável pela instituição de Ensino Superior admite que "alguns impactos carecem da ponderação da própria regulamentação a que as universidades estão sujeitas". "Aquilo que pretendemos é que os estudantes tenham as condições mais apropriadas para prosseguir os seus estudos e concluírem as suas formações", finaliza.



*Escrito por Liliana Oliveira e Tiago Barquinha Gonçalves





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