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Rita da Costa Carvalho/RUM
Tiago Barquinha

Regional 13.10.2021 11H46

“Existem perseguições a médicos só porque não foi revalidada a carta de condução"

Escrito por Tiago Barquinha
A Ordem dos Médicos e o Núcleo de Estudantes da Universidade do Minho estão a realizar uma campanha de sensibilização de combate à violência contra profissionais de saúde.
As declarações de André Luís, presidente da sub-região de Braga da OM, e de Marisa Coelho, presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho.

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Registam-se, em média, duas agressões por dia a profissionais de saúde em Portugal. No último ano foram contabilizados 825 episódios e 950 em 2019. 


Atendendo aos números, recolhidos pelo Gabinete de Segurança para a Prevenção e Combate à Violência contra os Profissionais de Saúde, a Ordem dos Médicos (OM) está a alertar para este flagelo, através de uma campanha de sensibilização esta quarta-feira no Hospital de Braga. Em declarações à RUM, o presidente da sub-região de Braga da OM refere que o fenómeno tem vindo “a crescer, de forma transversal no país”.


60% das denúncias dos profissionais de saúde são agressões verbais, injúrias e ofensas, seguindo-se a violência física (13%), mas há também casos de violência patrimonial e de assédio. No distrito de Braga ainda não há dados concretos, mas André Luís alerta para alguns episódios que já aconteceram no território. 


“Recebo muitas vezes alertas na Ordem de colegas dos cuidados de saúde primários de verdadeiras situações de perseguição a médicos só porque não foi revalidada a carta de condução. Isto é totalmente inaceitável”, exemplifica.


Apesar de “os episódios mais graves serem veiculados pela comunicação social”, destaca que “há muitos que não chegam a público porque de repente parece que começou a ser aceitável”. O combate a este problema, defende, deve ser tripartido: a notificação dos episódios de violência por parte dos profissionais de saúde, consciencialização da população para o problema e, através dos governantes, a resolução da “disfuncionalidade” do sistema nacional de saúde, que potencia a ocorrência destas situações, segundo André Luís.



Núcleo de Estudantes da UMinho junta-se à campanha de sensibilização


«Respeito por quem protege» é o mote para a iniciativa da Sub-Região de Braga da Ordem dos Médicos, que acontece em parceria com o Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho. 


Marisa Coelho, presidente do grupo de alunos, fala de um assunto que é cada vez mais abordado no percurso académico, com “aulas direcionadas para a temática, para a relação com o doente”. “Não é compreensível que o doente trate mal o médico, mas devemos olhar um bocadinho para as atitudes dos profissionais e peceber até que ponto o problema não está nos dois lados”, refere.


Depois da ação no Hospital de Braga, à tarde, a partir das 15h, na Escola de Medicina, o programa é complementado com uma conferência, que conta com três sessões temáticas: «Violência contra profissionais de Saúde em Portugal», «Como agir perante uma situação de violência contra um profissional de saúde?» e «A perspetiva jurídica da violência contra os profissionais de saúde».

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