O Tribunal está analisar a identificação de acessos VIP falsos na Rampa da Falperra, na semana passada. Em causa estará a alegada distribuição por parte de Ricardo Gomes, corredor da Falperra e diretor de comunicação da Câmara Municipal de Braga. A situação foi denunciada este fim-de-semana, por João Granja, no debate político da RUM Praça do Município. 

Contactado pela Rádio Universitária do Minho, Ricardo Gomes não quis comentar o assunto, uma vez que está a ser investigado pelas autoridades competentes. Já o presidente do CAM, Rogério Peixoto, remete as declarações proferidas à RUM numa entrevista de balanço da edição de 2024, em que falava de “uma situação de pormenor” sem “qualquer reflexo no desenrolar da prova”. “A situação foi reportada à GNR e não estamos minimamente preocupados. Agora irá seguir o seu curso natural”, disse.

A deteção de acessos falsificados aconteceu no sábado, através de uma verificação à entrada por parte da GNR, que já teria sido alertada pela direção do CAM. Em causa não estará qualquer negócio financeiro de acessos.

Comentador João Granja denunciou no programa Praça do Município o caso de acessos VIP falsos na Rampa da Falperra

O nome foi denunciado publicamente no programa da RUM, Praça do Município, pelo comentador João Granja que é também presidente da comissão política concelhia de Braga do PSD. "Ganhou destaque e projeção o que se passou na última edição da Rampa. Era regular aparecer um ou outro chico-esperto com um bilhete do ano anterior. O que nunca se tinha assistido é a um surgimento de bilhetes falsificados em massa. Uma situação extremamente desagradável, detetada ainda na sexta-feira. O alerta foi logo e emitido e no sábado e domingo a GNR verificou os elementos que permitiam identificar a genuidade dos acessos. (...) Foram oferecidos os ingressos, e as pessoas estavam a fazer uso na melhor das intenções. O que é aborrecido é que quando são interpeladas apontam na direção de Ricardo Gomes, diretor de comunicação da CMB e ele próprio corredor", denuncia.

Segundo João Granja, no passado, Ricardo Gomes "já fez a gestão do protocolo dos bilhetes" que o CAM entregava à câmara de Braga, "o que não se passou este ano". O comentador vai mais longe, estranhando a reação de Ricardo Gomes quando interpelado pelo presidente do CAM, no sábado da prova. "O que é estranho é que [Ricardo Gomes] se tenha virado a eles, dizendo que foi o CAM quem lhe deu os bilhetes falsificados", acrescenta. Recorde-se que os corredores têm uma disponibilidade de convites restrita.

Ora, para João Granja, "independentemente da decisão das polícias, dada a delicadeza da função que Ricardo Gomes desempenha no município, o presidente da CMB deve suspendê-lo de funções até que a questão fique esclarecida". "Não me parece compaginável com silêncio sobre o tema. No mínimo, o presidente da Câmara deve esclarecer isto. Nestas coisas não podemos assobiar para o lado", desafiou.

Ricardo Rio recusa suspender Ricardo Gomes e fala em instrumentalização política do tema

Contactado pela RUM, o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, avisa que "a Câmara Municipal de Braga não é parte ativa neste processo" e recusa que exista "necessidade de tomar posição pública". O social democrata assume "muita estranheza" quanto às declarações de João Granja, uma vez que "se trata de uma questão que ocorreu no foro particular das pessoas visadas e não envolveu meios ou contactos em representação da Câmara Municipal de Braga". Ricardo Rio vai mais longe e diz que "algumas pessoas tentaram fazer a colagem e instrumentalizar politicamente a questão".

*Notícia atualizada às 16h14 de 27 de maio