Até ao final do ano de 2024 deverá arrancar mais uma fase de renaturalização do rio Este, junto ao Complexo Desportivo da Rodovia. A obra vai prolongar-se por nove meses e vai custar cerca de um milhão e meio de euros tendo já assegurado financiamento de 700 mil euros através do Fundo Ambiental.

O protocolo entre o Município de Braga e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) foi assinado esta terça-feira, na zona da Lagoa, de onde partirá a fase seguinte da obra até à Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires. A intervenção posterior, ainda a decorrer, foi visitada pela Ministra do Ambiente, Maria Graça Carvalho que manifestou a disponibilidade do governo em colocar ao serviço dos municípios todos os instrumentos possíveis tendo em vista a execução de trabalhos desta natureza. 

"Tenho sorte e com alegria não estamos aqui para colocar nenhuma pedra, mas para remover betão e dar mais paisagem a esta linda cidade de Braga", começou por afirmar a ministra na sua intervenção. A governante recordou que por toda a Europa há "casos semelhantes" ao de Braga, quando "há mais de quarenta anos, para prevenir cheias e inundações foram realizadas obras na canalização do Este e foram erguidos muros de betão na margem". "Era a cultura da época, uma abordagem que já não aceitamos e neste momento o que queremos é restituir os rios à natureza, às pessoas. Este é um belo exemplo do que devemos fazer noutros rios do país", afiançou.

Altino Bessa, vereador do Ambiente, explica que se trata de mais um investimento necessário num rio com um passado “difícil”. "É um investimento, não é uma despesa. Só nesta área envolvente vivem mais de cem mil pessoas, e por isso também é um rio difícil, do ponto de vista da questão ambiental e as problemáticas com a poluição. Mas houve uma melhoria significativa, porque isto era praticamente um esgoto", lembrou.

Uma definição que foi também utilizada pelo presidente da autarquia, Ricardo Rio, assinalando que esta intervenção "é uma verdadeira renaturalização do rio com qualidade". "Quando concluirmos estas três fases, o rio Este e esta zona da cidade estará verdadeiramente irreconhecível", vincou.

O vice-presidente da APA, Pimenta Machado realçou a importância destas intervenções que começaram há vários anos junto ao INL e que resultam também na "melhoria da biodiversidade". "Dá-me um certo gosto vir aqui e ver a maneira como a comunidade se apropriou do rio", confessou, assegurando que a APA "só ficará descansada quando começar a terceira fase, que vai terminar na Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires".

Esta fase tem uma área de intervenção de 13400m2, ao longo de 450m de extensão do rio. O projeto prevê, a extensão de 193m de novos percursos pedonais (de uso misto e/ou cicláveis), o rebaixamento do percurso da ecovia na passagem inferior da Av. Frei Bartolomeu dos Mártires, entre outras melhorias para melhorar o usufruto de toda a zona envolvente.