Regional 17.08.2023 14H22
Faturação de agosto aquém das expectativas dos comerciantes; Hotelaria com taxa de ocupação positiva
O verão é, por norma, a melhor altura do ano para os estabelecimentos de comércio e de alojamento.
A RUM visitou alguns estabelecimentos de comércio local no centro da cidade de Braga e verificou que, apesar de agosto ser um mês de referência no que toca ao número de vendas, este ano, na maioria dos locais, a faturação é inferior à registada no ano transato.
Para o proprietário da loja Palhusca, André Silva, o mês de agosto "está bastante mais calmo" face ao período homólogo de 2022. "O número de clientes é o mesmo, mas o consumo é inferior", refere, acrescentando que "esperava uma quebra, mas não tão acentuada como a que se tem verificado". Os turistas oriundos de Espanha representam a maior parte dos clientes. André Silva espera que a segunda quinzena de agosto seja melhor, contudo, acredita que a faturação do mês ficará "bem abaixo do expectável".
De acordo com Joaquim Cunha "o mês está substancialmente mais fraco do que no ano passado". Para o proprietário da Chicmalha trata-se de uma "quebra considerável" e que, no seu entender, pode ser explicada pelo aumento dos bens essenciais e das prestações bancárias. Os turistas representam a maior parte das vendas registadas.
"O verão está a correr razoavelmente, está um bocado abaixo do que no ano passado, mas também ainda não acabou o mês", revela Carlos Pires, proprietário da Joalharia Carlos Pires, que tem recebido a visita de muitos turistas franceses, italianos e espanhóis, embora sejam os americanos e os ingleses os que mais contribuem para a faturação.
Já na Confeitaria Santo António "o verão tem corrido um pouco melhor do que o ano passado". De acordo com Sofia Fonseca, grande parte dos clientes são turistas, nomeadamente espanhóis, italianos, franceses e ingleses. Por sua vez, Carmo Fontes, proprietária da Algodão & Companhia, diz que, apesar da faturação ir ao encontro da registada no ano transato, esperava que "fosse melhor". "Este ano, os turistas compram, mas não muita coisa", revela.
"Em 2022, o mês de agosto foi excecional, mas este ano está a custar atingir os objetivos", admite Isabel Machado, da Sporval. Segundo a funcionária, "os habituais emigrantes não vieram". "Atendemos muitos estrangeiros, alemães e russos, mas a faturação está longe de estar como no ano passado", acrescenta.
Setor de hotelaria em Braga apresenta, no mês de agosto, uma taxa de ocupação superior a 80%
Chegam de França e de Espanha, mas também do Brasil e de Itália. São muitos os turistas que enchem a cidade de Braga no verão. A RUM visitou também alguns estabelecimentos de alojamento no centro histórico e, de acordo com os responsáveis, as reservas já ultrapassam as registadas no ano passado.
De acordo com Íris Godiy, front office manager no Hotel Moon & Sun, a taxa de ocupação está "bastante mais alta" quando comparada com a do ano transato. "Neste momento estamos completos", revela, mostrando-se satisfeita com os resultados. A maioria das reservas são realizadas no próprio dia da estadia e são de espanhóis, franceses e emigrantes.
Já no Hotel Dona Sofia a taxa de ocupação ronda os 80%. Segundo Sofia Rocha, é um valor positivo, acima dos 60% de 2022. A maioria dos hospedes chegam de Espanha e do Brasil para ficar uma noite.
Também no Braga Historic Center Hostel a taxa de ocupação este mês "está muito mais alta". "A época está a ser muito boa e o hostel está cheio quase todos os dias", indica Tácio Costa. Em 2022, a taxa de ocupação rondava os 50% e os 60%, este ano ronda os 80% e 90%. Os hospedes são quase todos turistas e vêm de vários países, desde a França e a Espanha, até Marrocos e Argélia.