O Futebol Clube de Famalicão e o Gil Vicente vão aumentar o leque de equipas minhotas na primeira divisão do futebol feminino, juntando-se ao SC Braga. A decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), conhecida esta quarta-feira, fruto do término antecipado da competição, fez com que os vencedores das oito séries da primeira fase do segundo escalão ascendessem ao mais alto patamar da modalidade.

Do lado famalicense, a subida era um objectivo desde o início da temporada. Para o treinador do clube, o registo 100% vitorioso e os números apresentados mostram que a equipa foi "superior aos adversários a todos os níveis". 

Não escondendo que preferia "subir em campo", João Marques refere que o "impasse" criado com o término da competição, anunciado a 9 de Abril, fez com que "não houvesse a certeza" que esse desejo fosse concretizado. "Atendendo a todos os requisitos que poderiam haver, acho que o Famalicão iria ser sempre a primeira equipa nessa escolha. Os números falam por si. Nós estaríamos sempre perto da subida".

O Futebol Clube de Famalicão venceu a Série B da segunda divisão com 14 vitórias em outros tantos jogos e com 206 golos marcados e três sofridos. Além disso, antes da paragem, tinha ganho nas duas primeiras jornadas da zona norte da fase de subida. Um desses triunfos foi por 9-0 frente ao Gil Vicente, equipa que também ascende agora ao principal escalão. 

"Tem lógica premiar as equipas que foram mais regulares durante a época"

Na fase inaugural da competição, os barcelenses ficaram em primeiro lugar da Série A, com um registo também 100% vitorioso. Na segunda etapa da prova, os gilistas somavam duas derrotas. "Não vamos dizer que estávamos a contar com a subida", começa por dizer Vítor Silva, que se "mostra feliz pelo excelente trabalho realizado na primeira fase ser recompensado".

O treinador do Gil Vicente refere que é natural "haver gente que não concorde" com a opção da FPF, mas considera que "tem lógica premiar as equipas que foram mais regulares durante a época". A segunda fase do campeonato foi suspensa e, mais tarde, anulada, quando ainda faltavam decorrer 12 jornadas. 

Atendendo à pandemia provocada pelo novo coronavírus, o treinador do Gil Vicente considera que o término da competição foi a opção mais sensata. "Concordo plenamente. Se para as equipas profissionais já é difícil, quanto mais para nós que somos totalmente amadores. As condições não são favoráveis. Primeiro está a saúde e depois o futebol. Isso ficou bem claro", explica o seu ponto de vista.

Fase decisiva da Taça de Portugal ainda em aberto

Além dos campeonatos nacionais, estavam também em andamento a Taça da Liga, faltando realizar a final entre Benfica e SC Braga, e a Taça de Portugal. Nesta última prova, encontravam-se ainda em jogo quatro equipas: o FC Famalicão ia jogar frente ao Benfica e o SC Braga diante do Estoril.

Em declarações à RUM, o técnico dos famalicenses adianta que existe a hipótese da edição deste ano da prova rainha ser terminada no início da próxima época. "Por aquilo que sei, ainda se vão realizar a meia-final e a final. Ainda não há certezas, mas, por aquilo que nos foi indicado, pensamos que vai acontecer", refere.

A confirmar-se este cenário, João Marques garante que a equipa vai "fazer de tudo para ganhar a prova", procurando, assim, juntar a conquista de um título referente à época de estreia no futebol feminino à subida de divisão.