ºC, Braga
Braga

Max º Min º

Guimarães

Max º Min º

Docente e investigadora da UMinho é a primeira da instituição a dirigir a FCT
Elsa Moura

Academia 03.08.2022 11H33

FCT quer acabar com carga burocrática que "tritura" a atividade dos cientistas

Escrito por Elsa Moura
Madalena Alves, presidente da FCT, revelou aos microfones da RUM que está em andamento a implementação de um Simplex para a ciência.
Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia em entrevista ao programa Campus Verbal

false / 0:00

A nova direção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) está apostada em aliviar a carga burocrática dos cientistas, através da implementação de um Simplex para a ciência, defendido também pela ministra Elvira Fortunato.


Na noite desta terça-feira, em entrevista ao Campus Verbal, na RUM, Madalena Alves, presidente da FCT, admitiu que a atividade científica não pode continuar a ser prejudicada por burocracias. “A burocracia é algo muito, muito crítico que impede a atividade dos cientistas. Diria que prejudica de forma quase trituradora a atividade científica, portanto, tem que haver mecanismos para aliviar a carga burocrática. Os cientistas têm que fazer ciência, têm que estar dedicados a ter ideias, a executá-las e a ir para o laboratório, no caso de atividades mais laboratoriais”, argumenta a responsável.


De acordo com Madalena Alves, está em curso na FCT uma “alteração profunda” a nível da gestão de projetos, baseada em indicadores de realização e menos baseada em validação de despesa. Referindo que as regras atuais exigem aos investigadores que coloquem as verbas distribuídas por rubrica, Madalenas Alves fala de “caixinhas muito estanques” que não permitem flexibilidade ao investigador, já que para mudar a verba atribuída de uma rubrica para outra, é necessário pedir autorização, e levar a cabo um conjunto de procedimentos que “desgastam” o cientista.


“Não podemos partir do princípio de que os investigadores vão usar o dinheiro mal", diz Madalena Alves


São várias as medidas de simplificação da gestão dos financiamentos, “algo profundamente crítico em Portugal”, admite Madalena Alves.

A ideia da direção da FCT passa por atribuir um montante, avaliando no final o resultado, através de uma monitorização que pode ser anual.


A presidente da FCT reitera que é tempo de acabar com uma espécie de “clima de desconfiança” que paira sobre quem faz investigação. “Não podemos partir do princípio de que os investigadores vão usar o dinheiro mal. O sistema atual gera essa desconfiança”, atira. A responsável alerta ainda para o volume de despesa para validar por parte dos responsáveis. “Todo esse trabalho do lado de uma entidade que gere a ciência de um país é brutal”, confessa.


Na mesma entrevista à RUM, Madalena Alves apontou ainda que os problemas nas carreiras científicas "podem ser minimizados com empregos fora da academia".


A entrevista completa ao programa Campus Verbal pode ser ouvida em podcast

Deixa-nos uma mensagem