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Marcelo Hermsdorf

Cultura 03.05.2025 12H11

Festival Política com ‘Revoluções em Curso’ em Braga 

Escrito por Marcelo Hermsdorf
A iniciativa apresenta 23 atividades, com nomes como Beatriz Gosta e Luca Argel, além do projeto ‘Sexual Theatre’. Tem lugar no Theatro Circo e no Centro de Juventude entre 6 e 10 de maio. 
Palavras de Rui Oliveira Marques, Hugo Loureiro e João Rodrigues.

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Com mais de 20 atividades e um olhar especial para a desinformação, o Festival Política regressa a Braga entre os dias 6 a 10 de maio. A iniciativa dedicada aos direitos humanos e cidadania realiza-se num ano de especial significado para o país e para a cidade: com os 50 anos das primeiras eleições democráticas após o 25 de Abril de 1974 e quando a cidade assume o título de Capital Portuguesa da Cultura 2025.


‘Revoluções em Curso’ é o mote da edição 2025 que apresenta filmes, performances, música, humor, exposições e conversas, entre o Theatro Circo e o Centro de Juventude de Braga, o que para o vereador municipal do Urbanismo, João Rodrigues, demonstra o simbolismo da iniciativa e “da própria forma como a cidade pode consumir o festival”, num ano “particularmente feliz” em que Braga é Capital Portuguesa da Cultura e quando se comemora os 50 anos das eleições de 1975.


A programação, tem nomes como Beatriz Costa, que irá trazer “um espetáculo de humor sobre questões do feminismo, corpo e sexualidade”, avança o diretor do evento, Rui Oliveira Marques. O responsável acrescenta que ainda conta com o artista luso-brasileiro Luca Argelo, que vai estrear-se em Braga, “num formato pensado propositadamente para o festival, que é o Pré-Pequenas Revoluções do Coração”. 


 Outra estreia que decorre durante o festival fica à cargo do espetáculo que tem passado por vários pontos do país, que é ‘Onde Estavas Quando Leste o Primeiro Jornal’, de Cristóvão Cunha. “A desinformação também será algo presente em vários momentos da nossa programação, com, por exemplo, uma oficina dedicada precisamente a este tema”, adianta.


Além das atuações, o programa conta com a componente cinematográfica, com sete filmes, exposições e visitas guiadas pela cidade.



Festival apresenta projeto que faz releitura feminista de clássicos da literatura de 4 países


O destaque da programação deste ano fica para o projeto que envolve Portugal, França, Bósnia e Montenegro, trata-se do ‘Sexual Theatre – Feminist Readings of Classics’, um projeto incluído na programação da Braga 25, Capital Portuguesa da Cultura. Segundo o responsável, Hugo Loureiro, o projeto “cruza elencos, dramaturgos e encenadores” de Portugal, França, Bósnia e Montenegro. “O princípio do projeto é de que forma é que nós hoje poderíamos reler clássicos das literaturas destes países numa perspetiva feminista”, aponta.


Durante quatro dias, quatro espetáculos originais “onde quatro mulheres ficaram a conhecer estas obras destes vários países”. Os textos foram criados em 2024 e, este ano, foram elaborados os espetáculos.


No dia 06, no Theatro Circo, sobe ao palco ‘Sai e Luta?’, com inspiração nas ‘Novas Cartas Portuguesas’, de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, e que tem como ponto de partida a história de uma mulher que suporta múltiplas humilhações, tanto dos abusadores como daqueles que têm a obrigação de a proteger.


No dia 07, no Centro de Juventude de Braga, a proposta é ‘As Vivas’, a partir de um conto de Ivo Andric, escritor bósnio galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1961, e que tem como tema central os horrores sofridos nos anos 1990 pelas mulheres muçulmanas que foram encarceradas por soldados das forças armadas sérvias em ‘casas de violação’.


No dia 08, no Theatro Circo, será a vez de ‘A Terra que nos Negam’, com ponto de partida numa lenda do Montenegro, cristalizando uma rebelião artística orquestrada por cinco mulheres, que buscam a liberdade num mundo patriarcal.


Por último, no dia 09, a inspiração será a obra ‘A Religiosa’, do francês Denis Diderot, sobre a luta de uma mulher contra as amarras da opressão institucional, que foi recriada na peça ‘Linda Voz’.

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