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Vanessa Batista

Regional 03.05.2021 15H44

Festival Política regressa em formato híbrido e totalmente inclusivo

Escrito por Vanessa Batista
Entre 6 e 8 de Maio, os participantes são desafiados a refletir sobre o tema "Fronteiras".

O Festival Política está de regresso, de 6 a 8 de Maio, à cidade dos arcebispos para a sua 3ª edição que, este ano, irá decorrer em formato híbrido, ou seja, entre atividades presenciais no Centro de Juventude de Braga e o online. Outra das novidades prende-se com o facto de, pela primeira vez, todas as iniciativas contarem com legendas em português e/ou serão acompanhadas por um intérprete de Língua Gestual Portuguesa. Recorde-se que todas as ações são gratuitas, contudo é necessária inscrição prévia em algumas das atividades.


As "Fronteiras" são o tema central do evento. Na sessão de apresentação que teve lugar, uma vez mais no Centro de Juventude de Braga, o responsável pela organização, Rui Marques, frisou a necessidade de refletir sobre as migrações, os refugiados, mas também sobre as fronteiras "dentro das nossas cidades e que temos de derrubar".


Rui Marques faz um balanço positivo da edição deste ano na capital, em que também foi adotado este formato misto, entre o presencial e o online. "Chegamos a um público que nunca pensamos alcançar", afirma. Foram cerca de mil pessoas em atividades presenciais e 9 mil no digital.


O presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, descreve a iniciativa como "positiva", visto que ajuda a estimular a participação e reflexão dos jovens, além de contribuir para o seu acesso à cultura. O autarca sublinha que Braga se "revê" no tema escolhido. Recorde-se que Braga tem vindo a receber dezenas de refugiados oriundos de campos da Grécia.



Três dias com um ciclo de cinema, teatro, performances, debates e workshops. Todo o programa pode ser consultado aqui.


A programação arranca esta quinta-feira, 6 de Maio, com o filme “Colectiv – Um Caso de Corrupção”, às 18h30. Trata-se de uma antestreia que resulta de uma parceria com o Parlamento Europeu. A longa metragem de Alexander Nanau foi nomeado para os Óscares 2021 na categoria de Melhor Documentário e Melhor Filme Internacional.


Às 21h15, é a vez de "Fronteiras", de André Murraças. Um solo sobre a ideia de migração que conta as histórias de quem mudou de país à procura de uma nova vida. Ambos os espetáculos têm lugar no Centro da Juventude de Braga.


Na sexta-feira, 7 de Maio, às 17h00, o destaque vai para a "atividade icónica" do Festival Política em que os participantes vão poder, durante cinco minutos, conversar com eurodeputados sobre o tema do festival. Devido à pandemia de covid-19, o formato migrou para a plataforma Zoom.


Pelas 18h30, o foco recai sobre a cidade dos arcebispos, mais concretamente sob os testemunhos de refugiados que estão a habitar na cidade bimilenar provenientes do Iraque, Sudão, Sudão do Sul e Nigéria, acolhidos pela associação Adolescer.


Está prevista a estreia do documentário "Braga, uma porta aberta?", do coletivo Mooca Fixe, um dos dois vencedores da bolsa IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude, no valor de 500 euros. O Festival Política recebeu 20 candidaturas para o formato.


"Não cries esperanças, ismo" é o espetáculo que se segue da autoria e interpretação de Alexandra Moreira, Joshua Swift e Maria Maciel. O objetivo do trabalho passa por "explorar a realidade e ultrapassar fronteiras ideológicas e pessoais".


O humorista Carlos Pereira, natural de São Tomé e Príncipe, fecha o dia com um espetáculo muito direcionado para as discriminações e os direitos humanos.


No sábado, a organização optou por apostar de forma mais significativa no online. A manhã, desde as 10h30, será dedicada a workshops como o "The Revolution Will Not Happen on Your Screen", uma oficina de cartazes. Trata-se de outro dos vencedores da bolsa IPDJ.


"Revolução Cigana" é um dos momentos altos da programação. Neste documentário e conversa são explorados os resultados obtidos através de um projeto entre a Cruz Vermelha Portuguesa e a Geração Tecla. Vanda Araújo, coordenadora na Delegação de Braga da Cruz Vermelha, revela que através da criação de uma equipa feminina de futebol foi possível trabalhar "a capacitação das mulheres ciganas". O documentário/reportagem é da autoria da jornalista do Canal 11, Bárbara Baldaia.


Em 2020, a Delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa apoiou mais de 5 mil jovens e crianças.


Pela primeira vez, o Festival Política em Braga conta com um ciclo de cinema. Rui Marques, responsável pela organização, anuncia que o Festival está a "preparar um documentário", "A Troca, com testemunhos reais sobre problemáticas como a violência doméstica e os direitos LGBTI.

"A ideia é criar um formato internacional, em Inglês, que possa circular por festivais de cinema da área dos direitos humanos e por associações e ativistas", explica o responsável.

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