O Governo vai investir 100 milhões de euros na implementação, até 2025, de duas linhas do sistema de BRT, em Braga. O investimento está inscrito na proposta de atualização do Plano de Recuperação e Resiliência e a execução será da responsabilidade dos Transportes Urbanos de Braga.

No documento a que a RUM teve acesso, o Governo explica que o objetivo é ter um sistema, "maioritariamente, em canal próprio e com a utilização de veículos descarbonizados", no sentido de "diminuir a prevalência do uso do automóvel e ligar o centro da cidade a diversos polos geradores de tráfego, destacando-se a Estação Ferroviária, o Centro Coordenador de Transportes, a Universidade do Minho, o Hospital, o Instituto de Nanotecnologia, grandes superfícies comerciais e zonas de grande densidade populacional".

Estão previstas duas linhas: a Amarela e a Vermelha. 

A Linha Amarela terá cerca de seis quilómetros e dez estações, e promoverá a ligação entre a zona sul da cidade, onde se localiza o Minho Center, e a estação ferroviária, promovendo a captação de passageiros do transporte individual através de um park & ride no extremo Sul da linha. Segundo o projeto, será possível "resolver a fratura urbana nos eixos da Avenida António Macedo, Avenida Padre Júlio Fragata e Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires".

A Linha Vermelha terá cerca de 6,2 km e dez estações, contará também com interface com o transporte

ferroviário e ligará à Universidade do Minho e ao Hospital. Contribuirá para a resolução da fratura

urbana no eixo da Avenida Imaculada Conceição, Avenida João XXI e Avenida João Paulo II.

Este meio de transporte vai complementar a atual rede dos TUB e articular com as redes dos transportes intermunicipais das CIM’s Cávado e Ave, com o transporte ferroviário e com a mobilidade ciclável.

O investimento está incluído na Componente 15 do PRR, Mobilidade sustentável, e está alinhado com

a agenda temática “Transição climática e sustentabilidade dos recursos”. 

Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, já havia garantido um BRT para Braga, mas financiado pelo PT2030. Na altura, apesar de satisfeito com a confirmação, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, explicou que seria preferível que o financiamento fosse assegurado pelo PRR, "não só por ter uma maior taxa de comparticipação, mas também teria maior pressão sobre a concretização temporal do projeto".