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Vanessa Batista

Regional 28.08.2020 07H00

Governo disponível para negociar com médicos de medicina interna

Escrito por Vanessa Batista
Segundo um inquérito da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a resposta aos doentes infectados com Covid-19, em Portugal, foi dada especialmente por médicos internistas. 579 estiveram dedicados em exclusivo a esta causa em 63 dos hospitais inquiridos.
Declarações do Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, do presidente do SPMI, João Araújo Correia e do presidente do Colégio de Medicina Interna da Ordem dos Médicos,, Armando Carvalho.

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São vistos como "os médicos de todos os doentes", nas palavras do Secretário de Estado da Saúde. António Lacerda, marcou presença, esta quinta-feira, na sessão de abertura do 26º Congresso Nacional de Medicina Interna/ VII Congresso Ibérico, no Altice FORUM Braga, iniciativa que está a decorrer na cidade dos arcebispos até 30 de Agosto.


As primeiras palavras do discurso de António Lacerda Sales foram direccionadas para os médicos de medicina interna, profissionais de "elevadíssima importância" para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em especial em tempos de pandemia. 


O governante frisou as capacidades multidisciplinares destes profissionais e reconheceu a "tendência para encaminhar os internistas para o trabalho nas urgência, o que desgasta os profissionais e torna esta especialidade menos apelativa. Há que de facto alterar esta tendência. Estamos, por isso, atentos. Conhecemos bem as reivindicações dos médicos de medicina interna e queremos trabalhar em conjunto", anunciou.


No total, o SNS conta com 1.842 médicos internistas, mais 480 comparativamente a Dezembro de 2015.



579 internistas estiveram dedicados em exclusivo ao combate à Covid-19.


Esta é uma das conclusões de um inquérito realizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), no dia 24 de Abril de 2020, em 63 hospitais covid-19 que correspondem a 74% do total de unidades hospitalares.


O presidente do SPMI, entidade responsável pela organização do congresso,  João Araújo Correia, garante que o SNS tinha uma "capacidade de resposta superior à necessária, pois a taxa de ocupação das enfermarias Covid era de 48,8% e nas unidades de cuidados intensivos era de 31,6%. Em 65% das enfermarias Covid houve colaboração de especialistas de medicina interna com outros especialistas de várias áreas. Contudo, 35% dessas unidades funcionaram apenas com internistas", refere. 


Quanto às camas hospitalares, bem "precioso" do SNS, estudos revelam que 25% das mesmas em medicina interna estavam, a 28 de Fevereiro, a ser utilizadas por doentes "com alta clínica". 



"2020 foi um ano de ouro para os médicos de medicina interna", considera Armando Carvalho.


O presidente do Colégio de Medicina Interna da Ordem dos Médicos, em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos, frisou o papel essencial dos médicos de medicina interna e de medicina geral e familiar no combate contra o vírus SARS-COV-2. 


"Podem congratular-se com a medicina interna portuguesa, pois soube cumprir de forma exemplar as suas funções", sublinhou Armando Carvalho que acrescentou ainda que estes profissionais foram o "pilar do tratamento e controlo da Covid-19". 


O porta-voz deixou ainda uma mensagem em nome do Bastonário da Ordem dos Médicos, no sentido de alertar que a missão deste órgão passa pela defesa dos médicos, mas sobretudo pela defesa da saúde dos portugueses.


É o primeiro congresso no Altice FORUM Braga desde o início da pandemia

Em representação do presidente da CMB, o vereador Miguel Bandeira classificou ea iniciativa como "marcante e corajosa", visto que estimula o auditório do Altice Forum Braga. O vereador recordou as políticas eficazes da cidade dos arcebispos durante a pandemia que resultaram no reconhecimento das Nações Unidas.


A sessão de abertura do congresso, com o mote "Degrau a degrau, construir o futuro!", culminou com a assinatura do documento de consenso entre a Associação de Medicina Geral e Familiar e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna sobre a gestão do doente crónico em Portugal. [Fique a conhecer aqui o programa completo]


O Congresso Nacional de Medicina Interna é a reunião magna dos internistas portugueses e o momento por excelência de encontro, actualização de conhecimentos, troca de experiências e partilha de resultados de discussão em torno de ideias e projectos de futuro.


A iniciativa conta com a participação da Universidade do Minho e do INL - Instituto Internacional de Nanotecnologia. Serão debatidas temáticas relacionadas com AVC, Diabetes mellitus e suas incidências, infecção, insuficiência cardíaca, auto-imunidade, cuidados paliativos, hospitalização domiciliária, a formação, até questões como as implicações das alterações do ambiente, papel na medicina de novas áreas como a nanotecnologia ou as tecnologias de informação.

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