Vários grupos culturais da Universidade do Minho (UMinho) que utilizam as salas de ensaio da sede da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), onde também funciona o Bar Académico, decidiram retirar parte dos seus instrumentos por receio de vandalismo, depois de no domingo o mesmo ter sido alvo de tentativa de fogo posto, com pequenos danos nas janelas das salas e no chão do piso que permite o acesso ao andar superior onde funciona o bar.

Em declarações à RUM, o presidente da Associação Recreativa e Cultural da Universidade do Minho (ARCUM), Afonso Silva, explica que os estudantes têm "receio" e só não retiraram mais material porque "são muitos instrumentos" para colocar noutro espaço, que também não têm. Permancem nas salas alguns instrumentos também para "manter serviços mínimos" até porque esta semana estão previstas várias atuações e, nalguns casos, gravações. "É muita coisa e não conseguimos, nem retirar tudo de uma vez, nem guardar tudo no mesmo sítio", disse o responsável, explicando que a junta de S. Victor, localizada a 500 metros do local, respondeu de forma afirmativa ao repto lançado para guardar algum deste material.

Entre os grupos culturais que retiraram material do edifício estão a Gatuna, a Augustuna e a Azeituna, assim como a ARCUM.

Uma coincidência a ausência de grupos culturais na madrugada da rixa e na tarde do alegado ato de vandalismo

Afonso Silva refere que foi uma "coincidência" não se encontrar nenhum grupo cultural no edifício, até porque é comum encontrar estudantes afetos a grupos culturais nas salas de ensaio, seja durante o dia como durante a noite. A saída dos agressores e da vítima foi feita precisamente pelo mesmo acesso às salas de ensaio, localizadas no rés-do-chão do edifício, que é propriedade da Universidade do Minho, mas que está cedido à Associação Académica da Universidade do Minho há várias décadas. 

Edifício é propriedade da UMinho

Sublinhe-se que a AAUMinho tem praticamente finalizado um projeto para construir um novo edifício no interior do campus de Gualtar devido ao avançado estado de degradação da sede da rua D. Pedro V assim como ao facto de o equipamento estar afastado do próprio campus de Gualtar. A direção da AAUMinho, que solicita um apoio à universidade para a construção da nova sede já desafiou a própria reitoria a alienar este edifício na rua D. Pedro V e disponibilizar a quantia monetária do mesmo aos estudantes, contribuindo assim para a construção da nova sede.

Alguns dos grupos que ensaiam no edifício onde está localizado o BA e a sede da Associação Académica, na rua D. Pedro V, optaram por retirar algum material das salas de ensaio na noite de ontem.

Depois da rixa de sábado que levou ao homicídio de um estudante do ensino secundário já no exterior do edifício, o mesmo foi alvo de fogo posto, mas rapidamente extinto, que resultou em pequenos danos na parte inferior e não no Bar Académico em concreto.