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Pedro Magalhães

Cultura 28.06.2021 14H17

Historiador da UMinho "surpreendido" com distinção do Grémio Literário 2020

Escrito por Pedro Magalhães
José Manuel Lopes Cordeiro, investigador da Universidade do Minho, venceu o galardão com a obra "1820. Revolução Liberal do Porto".  
Declarações à RUM de José Manuel Lopes Cordeiro

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José Manuel Lopes Cordeiro, investigador da Universidade do Minho, venceu o Prémio Grémio Literário 2020 com a obra "1820. Revolução Liberal do Porto".


O livro, com mais de 500 páginas, inclui ilustrações inéditas e novas revelações sobre a primeira tentativa de implantação do liberalismo em Portugal, valendo ao historiador o galardão literário instituído há 175 anos e atribuído a obras originais de autores portugueses na área das letras, artes e ciências.


À RUM, Lopes Cordeiro admite que a entrega do prémio foi uma "surpresa total" porque a distinção é atribuída "não com base em candidaturas" mas sim "decidida pelo próprio Grémio Literário de Lisboa".


O livro do professor aposentado da Universidade do Minho e investigador do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais parte da exposição homónima que teve lugar no ano passado na Casa do Infante, no Porto, apresentando, entre outros, um documento histórico de um livro de vereações, que contém o auto geral da Câmara do Porto a 24 de Agosto de 1820 em que é dada posse à Junta Provisional do Governo Supremo do Reino.


"Durante 200 anos, nunca ninguém tinha visto esse livro. É um documento de uma importância histórica enorme porque é o documento fundador do constitucionalismo em Portugal", refere Lopes Cordeiro, explicando que os absolutistas, partidários de D. Miguel, rasuraram, posteriormente, o livro com tinta preta, uma iniciativa que nada valeu visto que o o auto geral já tinha sido amplamente reproduzido, em folheto e na imprensa.


Além desta revelação, a obra do historiador desmistifica também o papel do tenente Aurélio José de Morais na adesão de Lisboa ao movimento revolucionário do Porto.


"O que a historiografia portuguesa tem vindo a dizer nestes 200 anos é que foi Aurélio José de Morais quem sublevou as tropas ao Rossio, onde foi proclamada a adesão à revolução do Porto. Na realidade, não foi bem assim. A documentação que eu encontrei diz-nos que o tenente Aurélio não teve a importância que atribuiu a si próprio e que o movimento de Lisboa foi conduzido por outros militares", explica.


Lopes Cordeiro vai receber o galardão amanhã, terça-feira, às 19h00, na sede do Grémio Literário de Lisboa.

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