Os Encontros da Imagem arrancam este fim-de-semana num modelo com algumas mudanças e a garantia de uma reaproximação à cidade de Braga com a recuparação do 'Memórias da cidade'. 'Génesis' é o tema deste ano, escolhido muito antes de se pensar que o mundo enfrentaria uma pandemia.

Nesta edição, o Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais estará presente em espaços das cidades de Braga, Guimarães, Barcelos, Porto e Avintes.

Malala Andrialavidrazana, James Reeder, Omar Imam, Aaron Vincent Elkaim, Nina Franco, Elsa Leydie, José Luis Carrillo ou Stanislas Guigui são alguns dos artistas convidados para a edição de 2020.

O programa foi apresentado esta quarta-feira na Reitoria da Universidade do Minho, um dos principais parceitos dos Encontros, à imagem do Município de Braga.

O evento arranca na sexta-feira, 11 de Setembro, e prolonga-se até 31 de Outubro, passando por novos espaços expositivos na cidade, como são exemplo o gnration, a Galeria FORUM Braga ou a nova galeria da Associação Encontros da Imagem, no edifício da Estação.

23 espaços; 36 exposições; cinco cidades; 68 artistas

Com 36 exposições distribuídas por 23 espaços diferentes - doze dos quais em Braga- , os Encontros da Imagem contam com a presença de 68 artistas. Além dos artistas convidados, o prémio Descoberta recebeu 258 candidatos, "apenas 15% dos quais portugueses", ainda assim um número "muito bom", segundo Carlos Fontes. Estão representados 37 países neste leque de candidatos. 

Com alguns pontos da programação online, Carlos Fontes assume que a crescente procura de artistas internacionais é mais um sinal de que por vezes não concorrem pela distância e dificuldade em viajar até Portugal.

As Memórias da Cidade pelas lentes dos irmãos Delgado

Vinte anos depois, os Encontros recuperam as ‘Memórias da Cidade’, iniciativa que aconteceu pela última vez no ano 2000. Os irmãos Delgado são os fotógrafos que retratam a Braga de 2020 com imagens que nos remetem para a pandemia.

Desde esta quarta-feira que pelo centro da cidade já é possível observar algum do trabalho produzido ao longo nos últimos meses.

No Largo do Paço existirá uma sala dedicada ao prémio descoberta com projecções com hora marcada e não num espaço público como estava inicialmente pensado.

No prémio Emergentes, a organização recebeu 222 candidaturas de 34 países. Os 50 finalistas apresentam os seus trabalhos online, naquele que é mais um desafio para a curta equipa que organiza os Encontros. “Tivemos que gerir durante cinco dias as horas para cada crítico fazer a leitura. E uma coisa curiosa, por este ano o prémio ter sido online temos muito mais gente dos EUA e do Japão que muitas vezes não se candidatam porque não podiam vir depois a Braga”, explica o responsável dos Encontros da Imagem.

Prémio financeiro distribuído por mais artistas que o habitual

A organização mostra que não esqueceu a situação difícil dos artistas e reformulou o modelo de entrega do prémio monetário. “É um prémio financeiro de cinco mil euros atribuído ao vencedor. Entendemos que considerando a pandemia, a situação crítica dos artistas, em particular dos fotógrados e videógrafos que não têm produção, entendemos que o ideal seria que o vencedor não teria cinco mil, mas dois mil euros, e os outros três mil dividíamos por dois e contemplávamos não um, mas três artistas”, especificou.

A propósito das exposições dos diferentes artistas convidados, Carlos Fontes sublinhou que esta é mais uma edição em que “a arte mostra que tem que ter um significado e intervir”.

"Uma edição com qualidade e força presente nos espaços de referência da cidade" - Lídia Dias

Lídia Dias, vereadora da Cultura realçou o envolvimento e esforço das pessoas que se uniram para que os Encontros voltassem a acontecer, notando que esta é uma edição “com qualidade e força” patente em todos os espaços de referência da cidade.

“Contente” com a edição deste ano, a responsável elogia o sinal de aproximação a Braga com o trabalho de Memórias da cidade.

"Encontros da Imagem ajudam a UMinho a cumprir a sua missão", diz Reitor da Universidade do Minho

Orgulhoso pela parceria, o reitor da Universidade do Minho nota que a instituição “tem uma missão a cumprir no acesso das pessoas a espaços culturais” e que os Encontros são uma dessas maneiras.

Rui Vieira de Castro apelou à participação dos bracarenses neste Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais, considerando que se trata de uma "oportunidade única para a região".

Lembrando que é um período “particularmente severo”, o reitor aplaude a luta da organização pela promoção deste evento cultural de referência nacional e internacional.