Regional 28.02.2020 12H58
Hospital de Guimarães. Sala de Hemodinâmica continua em stand by
A problemática voltou a ser recordada no arranque das Jornadas de Cardiologia do Minho que estão a decorrer no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, até este sábado.
O Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, continua à espera da autorização do Ministério da Saúde para o arranque do funcionamento do Laboratório de Hemodinâmica. A problemática voltou a ser referida à margem da sessão de abertura da 25ª edição das Jornadas de Cardiologia do Minho, a decorrer até sábado na cidade berço.
Recorde-se que a sala de hemodinâmica foi financiada, na totalidade, pela Liga dos Amigos do Serviço de Cardiologia do Hospital Senhora da Oliveira. Desde Outubro que as entidades aguardam uma resposta para que este espaço que contou com um investimento de aproximadamente 2 milhões de euros, angariados através de campanhas e peditórios realizados desde 2015, possa fazer a diferença na vida dos cidadãos da região minhota.
À RUM, o director do serviço de cardiologia de Guimarães frisa que esta sala é mais que necessária, uma vez que "não faz sentido um doente com enfarte do miocárdio estar mais de uma hora à espera de uma ambulância" para ser transportado para o Hospital de Braga que contém, actualmente, a única sala de hemodinâmica em funcionamento na região.
Esta segunda sala, para além de "melhorar o rácio, que deveria ser de três salas por cada milhão de habitantes, melhora também a acessibilidade". António Lourenço defende que devem ser os profissionais de saúde a deslocarem-se até ao doente e não o contrário. O director espera que o problema seja resolvido este ano "para virar a página".
Uma preocupação partilhada pelo presidente do Hospital de Guimarães que aproveitou a presença do representante da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, José Silva Cardoso, na sessão de abertura das Jornadas, para o sensibilizar para a premência da sala de hemodinâmica na região. Henrique Capelas considera que o "milhão de corações" deve justificar a abertura da sala.
O presidente congratulou-se ainda pela inauguração da primeira Unidade de Diagnóstico e Intervenção Cardiovascular (UDIC). Com mais de 500 metros quadrados, esta unidade significou um investimento na ordem dos 2.5 milhões de euros.
Outro dos desafios para o futuro passa pela criação de um Hospital de Dia. Tendo em consideração que o número de doentes com insuficiência cardíaca está a aumentar e as unidades de saúde não têm camas suficientes para internar todos os utentes, a melhor solução passa por este novo conceito. "Os pacientes desta forma conseguem fazer connosco os seus tratamentos invasivos. Estão no hospital cerca de 10 a 12 horas e depois regressam aos seus lares", refere António Lourenço.
Especialista no síndrome de Brugada participa nas Jornadas de Cardiologia do Minho.
Até sábado estão a decorrer as Jornadas de Cardiologia do Minho. Um evento que acontece a cada dois anos. Filipa Almeida, coordenadora do evento, refere que a iniciativa tem como meta a "actualização de conceitos científicos". Pelo Centro Cultural Vila Flor irão passar mais de 500 inscritos. Esta é, sobretudo, uma forma de "incentivar à comunicação".
A organização apresentou um programa extenso que vai desde os cuidados primários e factores de risco às novas descobertas terapêuticas.
O grande destaque é a presença de Pedro Brugada, médico que irá realizar uma palestra sobre "Morte súbita - o dia seguinte". Aqui o tópico em cima da mesa será uma doença hereditária em concreto que afecta o ritmo cardíaco. Trata-se do síndrome de Brugada. Na região já foram identificadas 200 pessoas com esta patologia.