Hugo Pires, candidato do Partido Socialista à Câmara de Braga nas autárquicas de 2021, pode voltar a apresentar-se como candidato em 2025, mas como independente. A possibilidade foi confirmada pelo próprio à RUM. Para isso terá de se desfiliar do partido.

O também ex-secretário de estado Adjunto do Ambiente e antigo “super vereador” na Câmara Municipal de Braga antes de 2013, é mais um dos militantes que não ficou agradado pela decisão do líder da concelhia – Pedro Sousa, - que, afiançam, “sem um diálogo contínuo e consistente”, procurou validar o nome de António Braga, de 71 anos, para candidato à Câmara Municipal de Braga em 2025. Aliás, entre os militantes e simpatizantes do Partido Socialista têm surgido críticas à escolha consumada pela comissão política concelhia, no início deste mês de dezembro.

A RUM sabe também que alguns presidentes de junta PS admitem avançar com candidaturas independentes no próximo ano.

Em causa não estará o passado respeitado de António Braga na vida política ativa, mas sim a idade do rosto que o PS se prepara para apresentar a votos naquela que é uma das cidades mais jovens do país. 

O movimento crescente de contestação a este processo poderá resultar numa candidatura independente, de Hugo Pires, com o próprio a confidenciar à RUM estar a avaliar essa possibilidade, notando que tem recebido "muitas mensagens de incentivo para avançar".

Aquando das ultimas eleições para a comissão política concelhia, apenas Pedro Sousa se apresentou a votos devido a um entendimento entre alguns dos protagonistas, precisamente para dar um sinal de união aos militantes e a Braga. No entanto, depois de vencer as eleições internas, Pedro Sousa, presidente do PS local, não terá envolvido nenhum dos dois na decisão sobre o candidato à Câmara de Braga em 2025.

Pedro Sousa surge “repentinamente” com o nome de António Braga, antigo secretário de estado das comunidades, e ex-presidente da Assembleia Municipal de Braga e afastado da atividade política há mais de uma década, sem que o seu nome fosse, na opinião de alguns militantes como Hugo Pires e Artur Feio, avaliado de forma atempada. 

Curiosamente, antes as autárquicas de 2013, António Braga disputou com Vítor Sousa a liderança da comissão política concelhia do PS, que acabaria por perder, abrindo caminho à candidatura de Vítor Sousa, então vice-presidente de Mesquita Machado à Câmara Municipal de Braga, nas eleições autárquicas de 2013 que o Partido Socialista perdeu para a coligação Juntos por Braga liderada por Ricardo Rio.

No seio do PS há também personalidades que vão mais longe, considerando que o anúncio de António Braga pode ser “entregar de bandeja a vitória à coligação de direita” e “desperdiçar” a maior oportunidade desde 2013 para reconquistar o poder.  

A RUM contactou Pedro Sousa, que não quis prestar qualquer declaração.

Recorde-se que o PSD local foi o primeiro partido a anunciar o candidato à Câmara Municipal de Braga para as eleições autárquicas de 2025, João Rodrigues, atual vereador do Urbanismo e ex-presidente da JSD de Braga.

Além dos restantes partidos que historicamente se apresentam a votos nas autárquicas de Braga, aguarda-se ainda uma declaração oficial de uma outra candidatura independente, liderada por Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, que em 2013 e 2017 surgiu como candidato da coligação Juntos por Braga, mas que em 2021 se apresentou como independente e venceu as eleições. Ricardo Silva admitiu também à RUM que pretende ser candidato independente à CMB em 2025, mas ainda não oficializou publicamente esse processo.