Hugo Soares afirma que o trabalho do governo da AD em onze meses é uma prova aos portugueses de que é possível confiar em Luís Montenegro para uma legislatura “estável” a quatro anos.

O social-democrata, cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Braga, assume estar “muito confiante” nas eleições mas lança um apelo ao eleitorado. “Se confiam efetivamente na seriedade e na capacidade de fazer deste primeiro-ministro e deste governo que nos deem a estabilidade que o país precisa para não andar de eleições de quatro em quatro anos”, apontou.

Na grande entrevista concedida à RUM esta semana a propósito das eleições legislativas de 18 de maio, o bracarense não teve dúvidas em indicar que uma das áreas em que o governo teve "níveis de excelência foi a do ensino superior e da educação", com Fernando Alexandre, "um extraordinário ministro" que trouxe "paz à comunidade escolar". Diz que o trabalho feito nas negociações com os professores é um exemplo de "boa vontade política e responsabilidade".

Hugo Soares reconhece que para fixar jovens e promover a natalidade é preciso promover um conjunto alargado de medidas, incluindo a "universalização e gratuitidade" da rede de creches e pré-escolar que só se consegue "utilizando toda a capacidade instalada, nomeadamente o setor social". Aqui, assume a necessidade de promover algumas mudanças até porque é uma das áreas onde se verificam "regras que não fazem sentido" e que, por vezes, podem fazer a diferença no aumento da capacidade das salas, por exemplo. É um dossier para o qual a AD dará a "devida atenção" caso vença as eleições deste mês, fez questão de confirmar o social democrata.

Ensino Superior: Revisão do RJIES retomada logo que possível

A queda do governo interrompeu o trabalho que estava em curso na revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). O candidato da AD lembra que toda a parte legislativa "está preparada" com a matéria a ser recuperada logo que o novo governo seja empossado.

Uma entrevista em que o cabeça-de-lista da AD - PSD/CDS repetiu feitos alcançados em onze meses de governação nas mais variadas áreas, apostado em capitalizar votos pela via das concretizações recentes, nomeadamete em negociações com vários setores. "Todos os que vivem, trabalham, que desfrutam de uma pensão sentiram no seu dia-a-dia os efeitos da governação da Aliança Democrática nos últimos onze meses", sublinhou, referindo-se à redução de impostos aos trabalhadores e às empresas. Sobre os mais jovens, mencionou a aprovação do IRS Jovem ou o apoio na aquisição da 1ª habitação até 35 anos. O aumento do complemento solidário para idosos, a valorização de carreiras na administração pública foram outros exemplos apresentados.

A regulação da imigração é outro tema reivindicado pelos sociais democratas, com Hugo Soares a evidenciar a instalação de diversos balcões da AIMA pelo território, incluindo o distrito de Braga.

Os feitos da AD no distrito de Braga na ótica de Hugo Soares

A instalação de postos de atendimento na AIMA, as obras no Departamento de Investigação Criminal de Braga, no Palácio de Justiça de Guimarães, no Palácio de Justiça de Braga, mas também na saúde. Hugo Soares afirma que foi este governo que "finalmente deu concretude à realização do lançamento do Hospital de Barcelos, uma necessidade para Barcelos e para todo o distrito". O candidato da AD sublinhou ainda a decisão sobre a resolução do Nó de Infias, a Variante que falta fazer de Vila Verde a Braga, assim como a ligação das Terras de Basto por variante, ou investimentos para habitação social e universitária. "Não tenho dúvida em dizer que apresentamo-nos de cara muito levantada junto dos nossos eleitores", acrescentou.

"Não há uma ideia fixa de uma privatização da ULS de Braga"

Questionado diretamente sobre o que pretende a AD para o Hospital de Braga numa altura em que o programa não esconde a possibilidade de PPP, Hugo Soares começou por referir que é necessária a introdução de "melhorias de gestão no Serviço Nacional de Saúde". Por isso, garante quea PPP "não é para avançar a qualquer custo" até porque "não há uma ideia fixa de um modelo". 

O social democrata fez questão de "falar para os trabalhadores da ULS de Braga e para os restantes": "Ninguém desconhece que o serviço da PPP de Braga tinha resultados que eram dos melhores do país em vários indicadores, porque a gestão privada naquilo que também é público é essencial se esse caminho reduzir custos ao Estado, e se introduzir profissionalização na gestão é um caminho que devemos seguir", argumentou. O social democrata vincou que "não está em causa o serviço público, gratuito, generalizado de acesso à saúde.

A cultura e o património precisam de mecenato

A AD apresenta no seu programa o objetivo de estimular o mecenato na cultura e património. Hugo Soares considera que uma lei de mecenato "mais agressiva" para ter "mais dinheiro investido em programas culturais" face ao que acontece nos dias que correm. Questionado diretamente sobre o Recolhimento das Convertidas, em Braga, o candidato da AD afirma que "é preciso uma solução rápida para o colocar à disposição da sociedade", algo que "pode muito bem ser feito com o apoio e incentivo do mecenato ou dos privados".

Se a AD vencer, qual será o papel de Hugo Soares?

Montenegro foi alvo de uma das campanhas mais insidiosas contra alguém no nosso país

Questionado sobre uma eventual disponibilidade para responsabilidades ministeriais se a AD vencer as eleições, Hugo Soares afirmou que “é absolutamente prematuro” qualquer especulação à volta de um governo que ainda não ganhou as eleições. Ainda assim, diz que “se o primeiro ministro entendesse que tinha perfil para desempenhar qualquer função no governo podia discutir essas matérias”, insistindo, no entanto, que é “manifestamente extemporânea essa discussão”.

A propósito do caso Spinumviva, Hugo Soares considera que durante dois meses o país assistiu a uma das campanhas mais insidiosas contra alguém. "Reponsabilizaram o primeiro ministro de ter trabalhado antes de ser primeiro ministro e antes de ser presidente do PSD, de ter um escritório de advogados e uma empresa que fundou com a família. É muito curioso porque nunca ninguém o acusou de nenhuma ilegalidade, mas acusaram-no de muitos riscos de ilegalidade", atirou.

Hugo Soares deixa apelo a quem votou no Chega em 2024

Para o social democrata "pessoas perfeitamente normais votaram no Chega" porque "a revolta era muito grande" e em simultâneo com temas "apelativos" como imigração e segurança que o líder da Chega apresentava numa altura em que "também havia uma certa desconfiança na capacidade de Luís Montenegro ser primeiro ministro". Agora, Hugo Soares afiança que é preciso falar para esses eleitores.

O social democrata  sustenta que a AD merece a confiança dos eleitores e apela ao voto daqueles que votaram no Chega nas ultimas legislativas e que o fizeram num "ato de protesto". "Queria falar diretamente para esses eleitores. Hoje já percebemos que todos esses temas [imigração e segurança] são temas que cobrimos na governação e cobrimos com responsabilidade. Hoje já percebemos que o Chega ter um ou cinquenta deputados é exatamente a mesma coisa. Não conta para nada a não ser para destruir e para combater o prestígio das instituições. É por isso que queria fazer este apelo a quem votou no Chega nas últimas eleições, que é um apelo pela estabilidade, um apelo pela construção e um apelo pela moderação, mas pela moderação responsável", concluiu.

OUVIR ESTA E OUTRAS ENTREVISTAS NA RUM AOS CANDIDATOS PELO CÍRCULO ELEITORAL DE BRAGA