IN TRANZ YT “é um projecto residente em Famalicão mas do mundo”

Nasceu em Vila Nova de Famalicão, durante a pandemia da Covid-19, uma nova companhia de dança. Chama-se IN TRANZ YT Cia. Jovem e pretende dar palco aos bailarinos que acabam a formação académica, sendo o seu trampolim para o mundo profissional.

Cristina Pereira, directora artística, explicou à RUM que nos dias de hoje as companhias profissionais “querem balairinos com 23 ou 24 anos, porque não podem perder tempo a dar estágios”, por isso é objectivo da IN TRANZ YT prepará-los para o percurso profissional.

Ao contrário do que aconteceu com muita gente, o sonho de Cristina Pereira, Vasco Macide, Marta Soares e Jaime Monsanto ganhou força em plena crise pandémica. Todos ligados à arte, encontraram em Vila Nova de Famalicão o palco certo para levar a dança e o talento português aos quatro cantos do mundo, mas também fazer voltar a casa aqueles que não tiveram oportunidades no próprio país. 

Exemplo disso é Fábio Lopez, português formado no Conservatório Nacional, que não teve oportunidade de estagiar em Portugal. Actualmente, dirige a Compagnie Illicite – Baione, mas nunca foi convidado para dançar ou coreografar em Portugal. Fá-lo agora, em Famalicão. Ana Isabel Casquilho também se formou em Portugal, mas voou para a Holanda e seguiu para a Alemanha, onde ainda permanece, sendo bailarina do Augsburg Ballett. 


Ambos são responsáveis por duas das três peças que esta noite sobem ao palco, duas estreias nacionais e uma absoluta. Esta é a primeira produção da IN TRANZ YT  e decorre depois de um dia inteiro de audições, de onde resultou a escolha dos bailarinos e estagiários que vão integrar a companhia. Na audição deste sábado participaram 24 bailarinos de Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Roménia, Brasil, Croácia ou Austrália. 

Segundo Cristina Pereira, havia cerca de 50 candidatos, “80% estrangeiros”. “Queremos trabalhar com bailarinos versáteis”, acrescentou.

Apesar da pandemia, assegurou a directora, “é possível continuar a dançar, só é preciso encontrar novas formas”. 


Direcção da companhia elogia “a visão da Câmara de Famalicão em ter polos de formação e criação cultural”

Vasco Macide diz que “só com um desenvolvimento turístico e cultural é que se vai conseguir colocar no mapa outras regiões que não Lisboa e Porto”, que já têm mais oferta nesta área. Segundo o director de produção, “70% dos alunos formados em dança vêm do Norte de Portugal, onde existe um bom ensino da dança”. A proximidade geográfica de Famalicão ao aeroporto, a Salamanca ou a Vigo tornou a cidade num “epicentro de bailarinos e público muito interessante”. Vasco Macide elogia ainda a “visão da Câmara Municipal da necessidade de aglutinar todos os processos sociais da cultura para o desenvolviemnto regional e de ter polos de formação e criação cultural”, como acontece com o teatro e até o circo. 


Apesar de ter escolhido sediar-se em Famalicão, a IN TRANZ YT está já a trabalhar num “protocolo com a cidade de Baiona e com companhias jovens da Suíça, França e Oslo”. “É um projecto residente em Famalicão mas do mundo”, finalizou o director. 

A companhia de dança, sediada em Vale de São Cosme, trabalhará com alguns dos melhores professores da área, a nível nacional e internacional.

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Liliana Oliveira
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