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Fonte: UMinho
Tiago Barquinha

Academia 09.09.2021 10H58

Investigador da UMinho lança livro sobre democracia local na antecâmara das eleições

Escrito por Tiago Barquinha
Obra editada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
As declarações de António Cândido de Oliveira.

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A obra ‘A Democracia Local em Portugal’ é apresentada esta quinta-feira, às 18h30, no Museu Nogueira da Silva, em Braga. O trabalho de António Cândido de Oliveira, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, aborda o poder democrático regional desde o século XIX, o papel dos cidadãos, a organização e ação de municípios e freguesias, as regiões administrativas adiadas, o associativismo e as entidades intermunicipais.


Entrevistado pela RUM, o investigador da Universidade do Minho chama a atenção para a importância de implementar a ideia de que “o poder local não é apenas as eleições, de quatro em quatro anos”. “As câmaras e as assembleias municipais e de freguesias devem atuar em nome dos cidadãos, a quem devem prestar contas regularmente”, refere.


António Cândido de Oliveira aborda também a redução de 4.259 para 3.091 freguesias que aconteceu em Portugal, em 2013, argumentando que foi “muito mal feita”. Para o autor, essa reforma “até se justificava, por haver freguesias muito pequenas”, mas aponta “erros claros de junções que nunca deviam ter existido”. 


O professor catedrático jubilado da Escola de Direito dá o exemplo da "criação de macrofreguesias, algumas com população muito maior do que vários municípios”. “Isso não é da natureza das freguesias. A sua natureza é ter comunidades de vizinhos e há que reverter, não toda a reforma, mas sem a pressão da imposição que se fez em 2013”, argumenta.


Olhando para as últimas eleições, as autárquicas foram as únicas em que a percentagem de votantes, 55%, foi superior à taxa de abstenção. Esse cenário não aconteceu com as mais recentes presidenciais, legislativas e europeias.


Para António Cândido de Oliveira, tendo em conta a “falta de pedagogia democrática que existe em Portugal”, os resultados verificados há quatro anos foram “muito positivos”. “Era bom que a percentagem fosse maior, mas muitos cidadãos não tem formação para isso. Nas escolas ensina-se muito mal o que é a democracia”, lamenta.

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