É da Universidade do Minho o investigador que venceu o prémio Kingfar da Associação Internacional de Ergonomia. Pela primeira vez, a distinção é entregue a um trabalho feito em Portugal.

A tese doutoral de Carlos Viviani, formado pela Escola de Engenharia, sobre a medição do corpo humano foi distinguida pela maior federação de organizações de ergonomia do mundo.

Carlos Viviani é chileno e estuda antropometria, que procura adequar fisicamente os produtos, espaços, equipamentos e roupas à população.

A amostra contou com "três mil chilenos" e, além do aumento da estatura nos últimos dez anos, o docente explica que foram analisados mais "32 aspetos que permitem desenhar objetos e adaptar material de trabalho ao corpo humano". 

Verificou-se que a estatura média aumentou 20 e 10,5 milímetros por década, respetivamente para mulheres e homens. Houve ainda um aumento geral no peso, massa corporal, quadril, coxas e ombros. Nas mulheres, diminuiu a profundidade do abdómen e a altura entre os olhos e o assento.

Com esta investigação, foi possível construir "uma base de dados atualizada da população chilena". O estudo foi a base de "sete publicações científicas em jornais internacionais de fatores humanos", disse à RUM o docente.

“Antropometria da população adulta ativa e implicações no contexto da ergonomia”, é o nome da tese que agora venceu o prémio Kingfar da Associação Internacional de Ergonomia.

Pedro Arezes, da UMinho, foi orientador e Ignacio Castellucci, da Universidade de Valparaíso, o co-orientador, do trabalho de Carlos Viviani. Este estudo fez parte do projeto “Antropometria no Chile” e gerou sete artigos em revistas científicas, em parceria com académicos de Portugal, Chile, Holanda e Reino Unido. A presente distinção junta-se ainda ao conjunto de prémios internacionais que o Grupo de Ergonomia e Fatores Humanos do Centro Algoritmi da UMinho tem obtido na última década. O prémio no valor de cerca de 830 euros será entregue em junho.