João Rodrigues vai falar com as restantes forças políticas num exercício que permita uma decisão oficial sobre o modelo de governação que vai adotar, após ter sido eleito presidente de câmara, mas numa minoria que coloca a coligação PSD/CDS-PP com o mesmo número (3) de vereadores eleitos que o PS/PAN e o movimento Amare Servir Braga. Essas conversações, confirmou à RUM o próprio, ainda não se iniciaram até porque por enquanto há que fazer uma reflexão e avaliação interna.

Em entrevista à RUM, o social democrata explica que esta é a primeira semana de um exercício que exige ponderação a diferentes níveis. “Ainda não há conversações com ninguém. Internamente ainda preciso de falar com a minha equipa, eu próprio preciso de refletir. Vou ter que falar com as pessoas. Vou ter que falar com os eleitos e vou tentar perceber o resultado das conversações e, aí sim, vamos decidir o que vamos fazer”, respondeu.

João Rodrigues acrescenta que ”seja qual for a decisão que venha a tomar, será sempre em função e em prol daqueles que são os interesses dos bracarenses”.

"Uma negociação pressupõe cedências por parte de ambas as partes (...) mas há uma coisa da qual não abdico, o presidente de câmara sou eu." - João Rodrigues

Com três eleitos, João Rodrigues admite que em determinadas circunstâncias serão necessários consensos alargados e que é precoce fechar cenários.

O eleito pela coligação Juntos por Braga dá até um cenário exemplo em minoria, sem entendimentos ou distribuição de pelouros para evidenciar o que pode ser o papel das forças na oposição. “Eu levo uma proposta a reunião de câmara de uma determinada obra. Se levo é porque quero que seja aprovada. Se alguém entender que não deve ser aprovada, deve votar contra e deve explicar à população porque é que vota contra e depois a população fará o juízo entre aquilo que queríamos e aquilo que conseguimos, mas não prevejo que esse tipo de problemas venha a acontecer”, aponta.

João Rodrigues explica que representando o programa eleitoral mais votado não pretende ceder no que considera melhor para Braga. Nota que pretende aplicar as medidas com as quais se comprometeu com o eleitorado ainda que admita que uma negociação “pressupõe cedências por parte de ambas as partes”, mas avisa que não pretende ceder naquilo que considera melhor para o concelho. “É com base nisso que eu vou discutir, que eu vou conversar e que vou falar com as outras forças políticas, sejam elas quais forem”, continua. 

Reestruturação municipal está nos planos

O autarca considera ainda “natural uma reestruturação municipal”, algo que, confidenciou, já vinha a ser falado: “A Câmara tem que se preparar para os desafios de 2025 para a frente e, portanto, a própria câmara tem que se reestruturar internamente e tem também que olhar para a realidade política”, especifica.

João Rodrigues sublinha que sabe interpretar os resultados “além da matemática”. “Ao mesmo tempo (este resultado) não me tira esperança e alegria por esta vitória, porque nós vencemos as eleições, de facto”, explica.

Em jeito de remate, o futuro presidente da Câmara Municipal de Braga especifica que a partir de 3 de novembro será "presidente de todos os bracarenses" e vai olhar para os interesses de todos os bracarenses e da cidade “como um todo”. “Não vou ser um presidente sectarista, nem vou ser um presidente daqueles que votaram em mim. Vou ser um presidente de todos, para todos, e que quer resolver os problemas de todos, que quer criar oportunidades para todos e que vai estar atento a todos”, assegura.