Academia 12.03.2025 16H24
Estudantes. Lista B quer bolsas para projetos não financiados pela FCT
Miguel Martins encabeça a lista B às eleições para os representantes dos estudantes no Conselho Geral da Universidade do Minho.
Miguel Martins, que encabeça a lista B candidata a representar os estudantes no Conselho Geral da Universidade do Minho, sugere a criação de uma bolsa que financie projetos de investigação que não recebam financiamento da FCT. “Acreditamos que é uma forma também da Universidade apostar na investigação. Face à redução das verbas da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), esta medida teria como objetivo, através de critérios bastante objetivos e concretos, possibilitar que um projeto que não tenha recebido esse apoio possa aceder a uma bolsa de investigação de forma também a beneficiar”, explicou o candidato. O estudante do mestrado em Geografia clarifica, no entanto, que essa bolsa seria financiada pela própria Universidade, através de verba própria. “O objetivo seria estimular a participação dos estudantes na procura por outros graus académicos”, acrescentou. Numa fase inicial, aponta a lista B, poderia ser escolhida apenas uma investigação para beneficiar desta bolsa.
Defensor de um ensino superior público progressivamente gratuito, o candidato lamenta a possibilidade levantada por Fernando Alexandre de vir a descongelar o valor da propina, que, no seu entender, “acaba por ser invariavelmente investido pela universidade em ação social indireta”. “Não temos que ter os estudantes a pagar pela sua ação social”, justificou.
Quanto à revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), Miguel Martins espera que haja “uma maior paridade” entre o número de representantes dos estudantes e dos docentes e investigadores com assento no Conselho Geral. “Não acho que tenha sentido apenas haver quatro estudantes no Conselho Geral num total de 23 membros”, afirmou. O candidato alega que, dessa forma, “os restantes 19 membros podem passar medidas que os estudantes não concordam”. “Relativamente à presença dos membros externos, nós temos bastante dificuldade em compreender o porquê da sua presença, entendendo que representem uma parte da sociedade, mesmo assim isso não deve dar razão a que, por mais importante que sejam, tenham uma palavra a dar sobre a comunidade estudantil”, começou por explicar, considerando que estes membros “não deviam estar envolvidos nas votações”.
A lista B considera ainda que “a universidade deve mudar a sua posição e ser menos subserviente com a tutela”. “Quando o ministro vai a uma escola temos um protesto dos professores a exigir mais condições para a carreira, mas quando vai a uma universidade parece que é quase bajulado”, apontou.
Para Miguel Martins, é necessária “uma posição mais proativa em conjunto com todas as Instituições de Ensino Superior para haver pressão sobre a tutela”.
As eleições para o Conselho Geral estão agendadas para 19 de março, através do eVotum.
Há duas listas candidatas a representantes dos estudantes. Além de Miguel Martins, que lidera a lista B, está também na corrida Luís Guedes, que encabeça a lista A.
Pode ouvir as entrevistas aos candidatos na íntegra aqui.