A candidata do Livre à Câmara Municipal de Braga afirma que é "essencial inverter a lógica do automóvel na cidade". Esta terça-feira à tarde, em entrevista à RUM, Teresa Mota afirmou que o atual executivo municipal "pouco fez" pela mobilidade na cidade de Braga, apesar deste ser um dos problemas mais flagrantes na cidade.

A modificação da mobilidade em Braga passa, na perspetiva do Livre, por interromper a construção de mais vias e intensificar a aposta no transporte público e na segurança do peão. 

"A modificação da mobilidade permite-nos viver de outra maneira", justifica a candidata que pretende "tirar a prioridade ao trânsito automóvel, acautelar a segurança para os ciclistas e para os peões" e, em simultâneo, promover o uso do transporte público". "Temos que definitivamente inverter a lógica do trânsito na cidade", avisa.

O Livre defende ainda a criação de mais linhas BUS, mais autocarros em circulação e "tarifas adequadas a diferentes situações". Contra a construção de mais redes viárias, Teresa Mota pretende "abrandar o trânsito" nas principais avenidas de Braga, entre elas a João XXI e a Avenida Padre Júlio Fragata, "acabar com as passagens aéreas", introduzir semáforos e passadeiras tornando as vias de circulação "mai inclusiva, menos poluente"  e permitindo "outros modos de mobilidade".

Livre quer carta geológica

O Livre defende no seu programa a execução de uma carta geológica, elemento "essencial para conhecer a geologia" e que "é um dos pressupostos para poder elaborar um PDM".

Outra das medidas defendidas pelo Livre no seu programa eleitoral é a reintrodução da figura do guarda-rios contribuindo para que se tornem "mais saudáveis". Para Teresa Mota, a atual gestão da coligação Juntos por Braga "não tem apresentado justificações válidas" para as constantes descargas no rio Este. Lembra que há dispositivos tecnológicos que permitem uma atuação "muito mais rápida" e outras estratégias para colmatar a dificuldade verificada neste curso de água. "Se o executivo tivesse uma atitude mais assertiva, se atuasse em conformidade e fizesse algum trabalho junto das entidades poluidoras mostraria estar preocupado com a situação", atira. Teresa Mota lamenta ainda que os bracarenses continuem sem saber o que acontece quando são identificados os infratores.

Remunicipalização da Agere pode ser discutida num horizonte de quatro anos

Também no programa do Livre consta a remunicipalização da Agere, ainda que admitam a necessidade de "negociação com os acionistas". "Defenderemos que isso seja feita, penso que um horizonte de quatro anos será suficiente para se chegar a algum acordo. Este executivo tem manifestado alguma passividade nesta matéria", critica.

O partido que se estreia nestas autárquicas sugere também uma redução na atual taxa de resíduos, defendendo o princípio do poluidor-pagador.

Braga precisa de mais habitação pública

Em matéria de habitação, Teresa Mota defende "mais habitação pública" ainda que admita preocupação com a habitação social. "É preciso fazer mais, de preferência com reconstrução de edificado e sem bairros sociais do tipo que hoje conhecemos", argumenta.

Para a habitação pública, destinada a quem tem o rendimento médio, sugere as cooperativas de habitação com o apoio do município com a cedência de terrenos e de edifícios da autarquia para arrendamento a preços acessíveis.

Lamentando a escassez de residências universitárias, Teresa Mota "estranha" que já tenham sido apresentadas tantas soluções sem que nenhum projeto tenha prosseguido. O Livre recusa a ideia de uma residência universitária na Fábrica Confiança e defende a promoção do alojamento intergeracional.

A candidata afirma que tem como objetivo a eleição para os órgãos municipais - câmara e assembleia, - ainda que admita que este é um desígnio "difícil".

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