“Estranheza”, de Maria Teresa Horta é o grande vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa - Correntes D'Escritas. A escritora portuguesa de 83 anos, natural de Lisboa, conquistou a maioria dos votos do júri e recebe um prémio no valor de 20 mil euros, na 22.ª edição da iniciativa. 

O nome foi anunciado pela escritora, e membro do júri, Inês Pedrosa, para quem a obra "é uma exaltação da paixão, da beleza, do real concreto e efémero, eternizado pela deslocação da esfera do tempo para o espaço da escrita". "Estranheza" foi escolhido entre "70 livros de poesia" enviados, que "também mereciam ser considerados para o prémio" e que demonstram que "a poesia portuguesa continua a mostrar grande pujança".

"Desde o seu primeiro livro, "Espelho inicial" de 1960, a autora criou um glossário e uma sintaxe muito pessoais, um idioma singular que subverte e atualiza a ideia de poesia como canto celebratório, brincando com as convenções da rima e do ritmo", acrescentou Inês Pedrosa. 

Para a escritora, Maria Teresa Horta, "que tem sido estudada e traduzida em universidades brasileiras, inglesas, americanas, francesas e italianas, não tinha tido ainda o reconhecimento na sua poesia, porque também tem obra ficcional, que lhe era devido".

As palavras de Maria Teresa Horta foram sobretudo de agradecimento. "Faço questão de dizer com alegria, obrigada pelo prémio atribuído ao meu livro, que escrevi com tanto prazer intenso, tanto júbilo", referiu.

António José de Assunção, natural da Póvoa de Varzim, venceu o Prémio Fundação Dr. Luís Rainha, no valor de dois mil euros, com a obra "Como ondas do mar". O juri delibrou por unanimidade que António José de Assunção vencia por unanimidade este prémio.

À 22.ª edição, fruto da pandemia, a iniciativa que habitualmente decorre no centro da cidade da Póvoa de Varzim migrou para o online e conta com a participação de uma centena de autores e iniciativas de homenagem ao escritor chileno Luís Sepúlveda.