Os moradores da Urbanização Europa Ar-Lindo, em Ferreiros, vão avançar com uma providência cautelar contra a Câmara Municipal de Braga. Em causa está a instalação, a 12 metros de dois prédios onde vivem 60 famílias, de duas torres de alta tensão.

Este é um assunto que tem vindo a arrastar-se desde 2002, sendo que já em 2010 o tema fez correr tinta devido ao facto do principal acesso à Escola EB1 de Ferreiros e ao Centro Paroquial ter ficado obstruído por um poste de alta tensão.

Miguel Ferreira Alta, morador desta urbanização desde 2009, garante que a autarquia "comprometeu-se" em relocalizar a linha de alta tensão fora da zona residencial, algo que, até ao momento, não aconteceu. Está previsto que a linha seja enterrada por 300 metros, ora por esta razão o porta-voz diz não compreender o motivo pelo qual os 12 metros que irão passar junto às habitações não podem, também, ficar soterrados.

"Sendo Braga uma cidade que se intitula com qualidade de vida e um exemplo na Europa, eu pergunto onde está a moral do presidente da Câmara fazendo este tipo de obras", refere.

Aos microfones da Universitária, o morador denuncia o facto de a autarquia "barrar" o acesso quer à licença da obra quer ao alvará.

Esta é a quarta vez em meio ano que os moradores se mobilizam para deter a instalação das duas torres de alta tensão. Esta segunda e terça-feira as forças de segurança marcaram presença no local. Os moradores dizem sentir-se "intimidados", uma vez que foram avisados que poderiam "receber uma ordem de detenção". Miguel Ferreira garante os moradores não têm causado "desacatos".

Os moradores vão dar entrada, nos próximos dias, no Tribunal Administrativo com uma providência cautelar.

Presidente da Câmara Municipal de Braga aguarda por mais informações sobre o problema.

Em declarações à RUM, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, diz estar a acompanhar o processo. Neste momento, o autarca bracarense aguarda mais informações, visto que a IP – Infraestruturas de Portugal – tinha já concordado em instalar os dois postes de alta tensão numa outra localização, apontada pelos moradores, mais longe dos prédios. O edil esclarece que a relocalização da linha está sobre a alçada da EDP e não do município.