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Tiago Barquinha Gonçalves/RUM
Tiago Barquinha

Regional 08.06.2021 07H00

Movimento bracarense contra a abstenção quer sensibilizar todo o país

Escrito por Tiago Barquinha
O manifesto já foi enviado ao primeiro-ministro, ao Presidente da República e ao presidente da Assembleia da República. 
As declarações de Paulo Sousa e de Ricardo Costa, dois dos redatores do manifesto.

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O Movimento Contra a Indiferença pretende transformar-se numa plataforma cívica de âmbito nacional. Lançada a 25 de abril, a estrutura bracarense, apartidária, que tem como principal objetivo combater e debater a abstenção, fez esta segunda-feira a sua apresentação pública, no Altice Forum Braga.


A pensar nas eleições autárquicas, mais de 70 pessoas já assinaram o manifesto, entre as quais os candidatos da coligação Juntos por Braga, Ricardo Rio, do PS, Hugo Pires, da Iniciativa Liberal, Olga Baptista, e do Chega, Eugénia Santos, à Câmara Municipal, assim como Rafael Pinto, líder da comissão política distrital do PAN.


Em 2013 e em 2017, a taxa de abstenção superou os 40%, tanto em Braga, como no agregado de todos os concelhos portugueses. Olhando para esses valores, que são ainda maiores em presidenciais e legislativas, Paulo Sousa, criador do movimento, considera necessário “compreender os motivos que afastam os eleitores das urnas”.


“É urgente esse desígnio e deve unir-nos, uma vez que a ausência da vida pública ameaça a qualidade da democracia. O movimento está apostado em ajudar a inverter a curva da abstenção já nas próximas eleições autárquicas”, refere, acrescentando que “gostaria muito que, pelo menos, 80% dos eleitores fossem às urnas”.


O Movimento Contra a Indiferença pretende que a importância do voto seja discutida em vários espetros da sociedade, como estabelecimentos de ensino, juntas de freguesia, associaçãos cívicas ou partidos políticos, para que a mensagem chegue ao maior número de pessoas.


Além da promoção do debate sobre o assunto, Paulo Sousa sugere o aumento do número de assembleias de voto por freguesia. Dando o exemplo da Junta de Freguesia de São Victor, que tem apenas um local, o consultor na área dos sistemas integrados de gestão refere que “muitas pesssoas, sobretudo as de mais idade, assustam-se só com o tempo que demoram nas filas”.



Manifesto chega a São Bento e a Belém


Na redação do manifesto juntaram-se o ator e docente da Universidade do Minho, José Miguel Braga, a co-proprietária da livraria Centésima Página, Helena Veloso, o ex-diretor do Diário do Minho, Monsenhor Silva Araújo, a presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Maria José Fernandes, e o líder da Associação Empresarial do Minho, Ricardo Costa.


Para este último, “as empresas devem ter a educação cívica como uma das suas principais missões” e, por isso, lança o repto a outros empresários, dando o exemplo da Associação Comercial de Braga, para que seja criada “uma campanha forte de apelo ao voto”. 


“Seja com dísticos, com memorandos, com newsletters ou através da comunicação interna, todos temos a responsabilidade de sensibilizar os nossos trabalhadores para esta questão”, argumenta Ricardo Costa.


O manifesto, que em breve estará disponível online para quem quiser subscrever, já foi enviado ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao presidente da Assembleia da Republica, Eduardo Ferro Rodrigues, e ao primeiro-ministro, António Costa. Segundo Paulo Sousa, a intenção é que estas personalidades ajudem a transformar o movimento numa “causa nacional”.

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