Uma tarde que ficará na memória de Paulo Mourinha, de 30 anos, um jovem com deficiência intelectual, utente da Cerci Braga e que comprova que há espaço para todos e que "na cultura todos contam". Depois de um período de formação com profissionais do Museu, este jovem que confessa ser apaixonado por cultura e história tem agora a oportunidade de acolher um grupo de visitantes, e de os guiar pelas salas e corredores do palácio contando a sua história. 

A iniciativa marca mais um momento chave do lançamento de um projeto que o presidente da Fundação Bracara Augusta, Miguel Bandeira, diz ser "pioneiro no nosso país." Até dezembro, um grupo de dez jovens vai trabalhar em conjunto com funcionários dos espaços culturais da cidade para que se sigam mais exemplos como o de Paulo. Os guiões são trabalhados ao detalhe, numa linguagem acessível.

Foi precisamente neste espaço cultural da cidade que na manhã desta quarta-feira foi formalizado um protocolo entre a Fundação Bracara Augusta e a empresa Museus e Monumentos de Portugal, na expetativa que este processo de promoção de um acesso plural à cultura abarque outras estruturas culturais do país.

Surge no âmbito do projeto internacional ISA Culture, liderado pela Fundação Bracara Augusta e financiado pelo programa Erasmus +, com o objetivo de promover a participação e a inclusão social, particularmente na Cultura, de grupos desfavorecidos a nível social e/ou intelectual. A iniciativa pretende associar empresas a este “movimento de inclusão através da cultura, de democratização cultural e de fomento a práticas culturais”.

Segundo a presidente da Cerci Braga, várias empresas estão a ser interpeladas para que possam trazer os seus colaboradores, em grupo, nestas visitas guiadas a espaços museológicos da cidade. O custo de dois euros por pessoa é simbólico. Um euro reverte a favor destes novos membros dos museus.