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Catarina Costa Moura/INL
Vanessa Batista

Regional 17.11.2023 08H00

Nova diretora geral do INL preocupada com a "obsolescência" dos equipamentos

Escrito por Vanessa Batista
Clivia Sotomayor Torres é a nova diretora geral do INL. Sucede no cargo a Lars Montelius. A tomada de posse está agendada para esta sexta-feira, a partir das 9h00, no âmbito do Dia Ibérico da Ciência.

Clivia Sotomayor Torres é a nova diretora-geral do INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia. Sucede no cargo a Lars Montelius. A tomada de posse está agendada para esta sexta-feira, Dia Ibérico da Ciência, pelas 9h00. A cerimónia irá contar com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e da Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia - FCT, Madalena Alves.


O Dia Ibérico da Ciência celebra os longos e frutuosos anos de cooperação científica entre Portugal e Espanha, destacando as missões colaborativas em curso - nomeadamente o INL – e o papel da Península Ibérica como agente catalisador da inovação Europeia.


Em entrevista à RUM/UMinho I&D, Clivia Sotomayor Torres revela que acompanha o trajeto do INL desde 2010, altura em que visitou o laboratório pela primeira vez.


A cientista chilena da área da física pretende colocar o INL novamente nas bocas do mundo. Para isso irá levar a cabo a modernização do laboratório com novas áreas de aposta.


Um primeiro passo que começará com o fomento do empreendedorismo a nível interno e alavancagem de novas áreas, sem esquecer o trabalho de excelência, por exemplo, em termos de sensores.


O futuro passará sobretudo pela Inteligência Artificial em que, neste momento, existem apenas “grupos pontuais” de trabalho e na aposta em física de tecnologias quânticas. Sotomayor Torres pretende que o INL tenha um “papel muito ativo no programa português” e, futuramente, acesso a um computador quântico.


Atualmente, o INL conta com 405 investigadores de 31 nacionalidades com 238 projetos financiados, sendo que 104 estão ainda em curso. O que corresponde a um orçamento para 2023 de 8,4 milhões de euros para projetos que serão executados nos próximos quatro anos. No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o INL conta com 16 projetos orçados em cerca de 50 milhões de euros.


Um dos maiores desafios que a nova diretora geral confessa ter em mãos está relacionado com a “obsolescência” dos equipamentos utilizados em ´Micro e Nano Fabricação e Microscopia Eletrónica`. “Estamos num processo para eleger prioridades e perceber que equipamentos podemos substituir. Neste momento, seria impossível encontrar 50 milhões de euros apenas para substituir estes equipamentos, porém, sem estas infraestruturas o INL não pode ter um papel ambicioso em relação ao futuro”, declara.


A responsável chama à atenção para o facto de os novos equipamentos necessitarem também de técnicos especializados assim como condições específicas, a título de exemplo, de temperatura. Contudo, Clivia Sotomayor Torres avança ter recebido já indicações de que as situações mais delicadas poderão ser resolvidas dentro de quatro anos.


As pessoas serão, segundo Clívia Sotomayor, a sua grande prioridade garantindo uma liderança com foco nos 473 colaboradores“São essas pessoas que geram ideias e fazem investigação”, frisa acrescentando que as suas opiniões e experiências devem ser valorizadas e incorporadas, de forma “orgânica” na ”cultura do laboratório”.


O reforço de parcerias com universidades e outras entidades nos dois lados da Península Ibérica, e não só, também serão alvo de dinamização para que “não passem de um pedaço de papel”.


Numa altura em que muitos investigadores estão “sobrecarregados com questões administrativas mais que científicas”, o INL quer oferecer tempo para que seja possível gerar novas ideias. A equipa está a “otimizar processos e sistemas de apoio para que seja possível ganhar entre duas a três horas, pelo menos”.


Quando o tema são as alterações climáticas, a diretora não tem dúvidas que é necessário diminuir a pegada ecológica do INL. Neste momento estão a trabalhar na estratégia para minimizar esse impacto.


Clivia Sotomayor acredita que o plano deve começar por tentar consciencializar os colaboradores e, simultaneamente, mostrar o progresso alcançado através de pequenas mudanças como desligar a luz ou os computadores quando se está de saída, sendo que a política de segurança do laboratório obriga a que algumas zonas do INL sejam iluminadas durante a noite.


A própria arquitetura do edifício é desafiante, visto que existe uma maior dissipação de calor em relação a outros centros mais “quadrados”. 


- A ENTREVISTA COMPLETA AO UMINHO I&D PODE SER OUVIDA NO DIA 23 DE NOVEMBRO PELAS 20H00 - 

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