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Nuno Gonçalves / UMinho
Vanessa Batista

Academia 17.02.2022 18H42

Novas infraestruturas, o desafio de duplicar alunos em Guimarães e críticas ao Governo Central

Escrito por Vanessa Batista
Estes foram os temas que marcaram o 48º aniversário da Universidade do Minho que pela primeira vez decorreu em Guimarães.

Na celebração do 48º aniversário da Universidade do Minho, que pela primeira vez ocorreu na cidade de Guimarães, nas recém-inauguradas instalações do Teatro Jordão e Garagem Avenida, ficou claro que o futuro será marcado pela ambição em crescer, mas também por vários desafios internos e externos.


Para além do projeto de Santa Luzia, a instituição de ensino superior demonstra ter outras ambições na cidade berço, Braga e Esposende.


O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, refere aos microfones da Universitária que “já foi lançado o concurso público para a conceção do projeto de instalação do Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha, na Estação Radionaval da Apúlia”.


Além disso, estão a decorrer reuniões com todos os centros de investigação que trabalham as ciências e tecnologias marinhas para assim alicerçar um projeto “não só de edificado como científico forte e convincente”.

Neste momento já estão a decorrer as empreitadas de conservação, valorização e promoção do Convento de S. Francisco, em Real, que irá acolher a Unidade de Arqueologia.


No que toca ao eixo ligado à educação, o responsável máximo da academia minhota anuncia, em declarações à RUM, que cerca de 20 cursos no âmbito do Uminho Education Alliance já estão acreditados e em condições de serem desenvolvidos. Rui Vieira de Castro aponta o mês de abril como a data para o arranque de alguns dos mais de 100 cursos de pós-graduação previstos.


Com os olhos postos no futuro, a UMinho vai avançar com a abertura de cerca de 120 concursos para professores catedráticos ou associados, uma vez que a academia tem, até 2023, de atingir uma quota de 50%, de acordo com os estatutos da carreira docente.


“O primeiro objetivo (a que a UMinho se propõe) é que todas as unidades orgânicas atinjam os 42%. Para isso precisamos de autorizar num curto prazo cerca de 36 concursos direcionados para as escolas com maiores desequilíbrios”, explica o reitor.


Também está previsto o reforço do corpo de investigadores da UMinho que atualmente é composto por 35 investigadores de carreira, sendo que em 2017 a academia tinha apenas um. A meta passa também por chegar aos 50% em posições de topo. 



Presidente da CMG desafia UMinho a duplicar alunos na Escola de Engenharia


Depois de entregar aquela que seria a grande “prenda” de aniversário ao reitor da UMinho, a confirmação da transferência da propriedade da antiga escola de Santa Luzia, Domingos Bragança aproveitou para lançar um desafio ao responsável máximo da academia minhota.


“A nossa magnifica Escola de Engenharia, através da sua formação qualificada, desempenha um papel crucial na formação de engenheiros em diversas especialidades, de que uma economia robusta tanto necessita. Daí que a duplicação da sua capacidade instalada se apresente como um ousado, mas sábio investimento. Esta é uma ambição que humildemente proponho, e para a qual o Município de Guimarães se dispõe a trabalhar. É um sonho. É imaginação. Talvez! Mas se transformarmos este sonho em vontade e projeto, poderemos, estou certo, concretizá-lo, no que será mais um exemplo de Guimarães – Cidade Universitária – de ciência, tecnologia e criatividade”, declarou.


O autarca vimaranense aproveitou para relembrar que estão em curso um conjunto de projetos ambiciosos que reforçam a ideia de que Guimarães é cada vez mais uma Cidade Universitária.


Em breve, entrará em funcionamento o curso de Engenharia Aeroespacial da Escola de Engenharia na Fábrica do Arquinho, na Caldeiroa, que será reabilitada e reconvertida. Aqui será sediada a Associação Fibrenamics.


O edil destaca outro exemplo de como Guimarães tem recuperado o seu património, a Fábrica do Alto, em Pevidém, onde vai nascer a nova Academia de Transformação Digital, “um importante núcleo de transição digital e de transferência de conhecimento para as empresas, e um centro de empoderamento do cidadão através da formação tecnológica aplicada às necessidades reais do nosso tecido económico”.


“Universidade do Minho terá de se transformar para responder aos desafios da atualidade”.


Para a presidente do Conselho Geral da UMinho, Joana Marques Vidal, não restam dúvidas que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) irá ajudar a responder aos desafios do futuro, contudo alerta para a necessidade de a instituição ter a capacidade de se “recriar constantemente para dar resposta aos desafios do futuro”.



Reduzir o ensino superior a uma “secretaria de estado” é um erro e um enorme retrocesso nas políticas públicas no Ensino Superior.


A premissa é defendida pelo presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Duarte Lopes, que no seu discurso não poupou nas críticas à possibilidade de António Costa vir a agregar a pasta do Ensino Superior à da Educação.


Para o representante estudantil é premente que o ensino superior seja “uma prioridade do país” e a sua “redução a uma mera secretaria de estado será inquestionavelmente um sinal claro que não o é”.


Duarte Lopes desafia ainda a UMinho a fazer mudanças nos seus modelos de ensino, nomeadamente, com a promoção do trabalho autónomo e redução do número de horas em sala de aula. Recorde-se que este tema foi discutido na passada segunda-feira, na primeira edição do Fórum + Educação Superior, sob o tema “Debater o futuro na UMinho”.


Recorde-se que as celebrações do 48º aniversário da UMinho vão alargar-se até este sábado, 19 de fevereiro, estando previsto o “Concerto para viola e orquestra em ré maior”, de Carl Stamitz, e “Sinfonia nº 2 em ré maior”, de Johannes Brahms. A atuação está marcada para as 21h30, no Teatro Jordão, e tem o apoio da Caixa Geral de Depósitos.


De frisar que está patente na Garagem Avenida a exposição “Atelier Aberto LAV 2018-2022”. Trata-se do trabalho realizado pelos estudantes da licenciatura em Arte Visuais nas disciplinas de Atelier e, também, a documentação de atividades pedagógicas e extracurriculares deste curso lançado em 2018. A inauguração dos trabalhos do segundo e terceiro ano ocorreu esta quinta-feira.

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