Academia 02.10.2024 07H58
Número de alunos carenciados colocados no Superior afunda 41%
Foram colocados 1655 estudantes beneficiários do escalão A, dos quais 1178 através daquele contingente. Face ao ano passado, foram colocados mais alunos através das vagas prioritárias.
Do total de alunos colocados na 1.ª fase do concurso de acesso ao Ensino Superior, apenas 3,3% eram beneficiários do escalão A de ação social escolar. Foram 1655 estudantes, numa quebra de 41% face ao ano anterior, quando se lançou, pela primeira vez, um contingente prioritário para aqueles alunos e que apenas vigora na 1.ª fase. Das vagas reservadas, grande parte não foi sequer utilizada. Dos poucos dados disponíveis, neste ano, foram colocados 1655 estudantes beneficiários do escalão A, dos quais 1178 através daquele contingente. Face ao ano passado, foram colocados mais alunos através das vagas prioritárias.
Em 2023-2024, entraram no Superior 2810 estudantes carenciados, dos quais 1013 via contingente.
De acordo com informação facultada ao JN pelo Ministério da Educação, por colocar ficaram 154 alunos que pediram contingente quando se candidataram, representando 9% dos candidatos que o solicitaram, colocando o número de requerentes pouco acima dos 1700. Quanto a vagas, e apesar da insistência do JN, a tutela apenas diz que foram “mais de 2% das vagas totais”. O que significaria pouco mais de mil vagas, quando no ano passado foram 2038. Segundo Alberto Amaral, antigo presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, “uma percentagem muito significativa” daquelas vagas “não foi utilizada”.
Instado a comentar esta quebra, o gabinete de Fernando Alexandre referiu que “as regras não foram alteradas entre os dois anos letivos” e que “a diferença dos números tem a ver com as candidaturas feitas e com as circunstâncias dos candidatos”, sem avançar mais pormenores. Recordando que “houve uma diminuição de candidatos na 1.ª fase [valor total] de 1,3% face à mesma fase do ano anterior”. Sobre o futuro do contingente, em fase piloto, e um eventual reforço da ação social, fez saber que “os resultados serão analisados e devidamente estudados”. Ao JN, o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior destaca o facto de, apesar de o número total ter caído, “no contingente houve um aumento”, prova de que “é mais conhecido e há mais informação”. Quanto aos porquês desta quebra, Fontainhas Fernandes admite a “pressão do mercado de trabalho”.
c/JN