O candidato do PAN à Câmara Municipal de Braga está convicto na entrada do partido na Assembleia Municipal de Braga. Rafael Pinto já foi candidato do partido nas últimas legislativas e assume que os votos colhidos nessa altura mostram que "há boas hipóteses de entrar na Assembleia Municipal". Não apresentar candidatos às freguesias nesta estreia autárquica foi "uma opção política", disse o candidato em entrevista à RUM, esta segunda-feira.

Rafael Pinto não tem dúvidas que o programa que o seu partido propõe para Braga nos próximos quatro anos "dá resposta àquelas que têm sido as maiores fraquezas deste executivo: ambiente, mobilidade, bem-estar animal, corrupção e transparência, educação e saúde".

"A GESTÃO DO ARVOREDO EM BRAGA TEM SIDO ABSOLUTAMENTE DESASTROSA"

Com muitas críticas à gestão do pelouro do ambiente, Rafael Pinto fala do "desastre" que tem sido o abate de árvores na cidade, e das podas "agressivas e sem critério", cenário que pretende ver alterado em breve. "Isto tem que mudar, daí querermos aprovar o regulamento municipal do arvoredo urbano", justifica. O PAN quer ir "mais além" e plantar "muito mais árvores", refere.

Ainda em matéria ambiental, aquele que é um dos quatro partidos em estreia nesta corrida autárquica propõe o regresso da figura do guarda-rios. Apesar de assumir que o problema do rio Este "é complexo", Rafael Pinto diz também que o que se passa no rio Este e no rio Torto "não tem sido assumido como uma prioridade" da atual maioria em Braga. Perguntando "onde estão os piquetes prometidos" pela CMB, Rafael Pinto lamenta que os procedimentos seguidos pela autarquia em situações de descarga no rio Este cheguem " sempre atrasados". "O PAN pretende uma ação mais rápida, mais meios e o cadastro das redes pluviais do rio Este. Propomos também um relatório anual da despoluição dos rios porque até agora não vemos dados nenhum. Das duas uma: ou não têm os dados, ou têm os dados e não querem partilhar", nota.

Defendendo um plano de adaptação às alterações e mitigações climáticas, a candidatura do PAN em Braga pretende que a autarquia identifique "as maiores vulnerabilidades do concelho e trace formas de as proteger ou colmatar" com alguma antecipação.

Já a redução das emissões numa das cidades mais poluídas do país passa pela alimentação, mobilidade - "um dos pontos que precisa de mais trabalho" -fortalecimento dos transportes públicos, elétricos, de preferência", detalha o candidato. "Os autocarros a gás natural só poluem menos 10% que os autocarros a gasóleo. "Não podemos olhar apenas para o custo da compra", avisa. O PAN discorda, por isso, da estratégia recente adotada pelo município que optou por encomendar 25 autocarros a gás comprimido.

No que respeita à frequência dos TUB, o PAN exige mais linhas e mais vias de acesso dedicadas ao transporte público e reclama também a gratuitidade dos TUB para todos os estudantes e reformados, medida que custaria "1.6Milhões de Euros aos cofres da autarquia".

PRECISAMOS DE REDESENHAR COMPLETAMENTE A MOBILIDADE

Com muitas críticas às ligações viárias na cidade, o PAN sugere a criação célere dos 76Km da ciclovia e recusa "construir mais estradas" que só "incentivam ao uso do automóvel". Para Rafael Pinto "o nó de Infias é um sintoma, não é a causa. A causa é o excesso automóvel e a falta de outras opções".

Remunicipalizar a Agere é outro dos desígnios do PAN que sugere "um plano a longo prazo". "Uma empresa que está preocupada essencialmente com o lucro, claro que vai cortar nalguns serviços essenciais", nota. Considerando que as rotas de recolha de lixo "são insuficientes", o candidato afirma que a empresa "tem contribuído para a distruição completa do rio Torto" e não compreende que o investimento na nova ETAR só chegue agora. 

"NÃO FAZ QUALQUER SENTIDO UMA EMPRESA DE GESTÃO DE RESÍDUOS GERIR TAMBÉM OS ANIMAIS"

O PAN pretende também retirar da competência da Agere a gestão animal e o candidato à CM de Braga afirma que este é mais um sinal da pouca sensibilidade da coligação Juntos por Braga para esta matéria.  "Precisamos de pessoas qualificadas e com sensibilidade para a causa animal, o município tem que dar mais voz às associações", defende Rafael Pinto. Com muitas críticas ao que tem sido feito em Braga, o candidato acusa a autarquia de se "gabar" de ter uma das primeiras ambulâncias animais do país, quando tem pessoas "sem formação" para a recolha animal. 

Lembrando que a construção de um novo canil "é extremamente importante", Rafael Pinto fala de uma justificação "paradigmática" de Ricardo Rio quando admitiu a hipótese de construir um novo canil municipal. "A justificação do presidente foi que faz muito barulho para as populações, não foi que o atual tem fracas condições para os animais", sublinha. Nesta altura são as associações de proteção animal que levam os animais a clínicas veterinárias, quando o trabalho devia ser feito "dentro do próprio CROA", argumenta.

Na área da habitação, o partido sugere que a receita da taxa turística de Braga seja direcionada para um programa de arrendamento jovem. 

Olhando para os estudantes universitários, o PAN pretende a construção de mais residências, mas não na antiga Confiança, que deve apresentar uma solução cultural.

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