Refletir sobre a relação entre o colonizador e o povo colonizado assim como obrigar à "problematização" do espólio é o objetivo da exposição “O silencia da terra. Visualizações (Pós)Coloniais Intercetadas pelo Arquivo Diamang”. As mais de 29 mil fotografias do arquivo Fotográfico da Diamang vão estar patentes a partir de hoje na Galeria do Paço da Universidade do Minho até 30 de junho e no Museu Nogueira da Silva até 10 de setembro.

A iniciativa resulta do projeto de investigação “Mapeamento e Sentidos Críticos do Arquivo Fotográfico da Diamang”, coordenado por Fátima Moura Ferreira, investigadora do Lab2PT da Universidade do Minho. A RUM conversou com a professora do departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da UMinho, que realça a importância do diálogo crítico sobre esta prática na época colonial portuguesa realçando o "silêncio" da população, uma vez que as imagens "excluem muita da experiência e vivências das comunidades que construíram o projeto da Diamang".

O programa complementar da exposição inclui um ciclo de conferências semanais entre 14 de maio e 25 de junho, que integra ainda um ciclo de cinema todas as quintas-feiras, visitas organizadas com alunos do Departamento de História da academia minhota e oficinas artísticas, ambas com marcações prévias através do Museu Nogueira da Silva. Está ainda prevista uma venda de livros sobre a temática na Galeria do Paço.

A sessão de inauguração decorre às 18h00, na Galeria do Paço, no centro de Braga, com intervenções do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, da vice-reitora para a Cultura e Sociedade, Manuela Martins, e do diretor do Lab2PT, Jorge Correia. Vai estar também presente a equipa curatorial da exposição, formada por Duarte Belo, Fátima Moura Ferreira, Miguel Bandeira Duarte e Patrícia Leal, para além de outros colaboradores e artistas.