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Vanessa Batista

Academia 11.06.2020 16H07

UMinho coordena projecto europeu orçado em 3,9ME

Escrito por Vanessa Batista
José Manuel Meijome, investigador do centro de Física da Escola de Ciências da UMinho, é o coordenador do projecto europeu Oberon. A rede europeia é composta por oito países. 

José Manuel Meijome, investigador do Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho e doutorado em Optometria e Ciências da Visão pela academia minhota, é o coordenador da rede “Opto-Biomechanical Eye Research Network” , denominada Rede Oberon. Trata-se de um projecto desenvolvido em parceria com oito países europeus (Bélgica, Espanha, França, Holanda, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suíça) que conta com um financiamento de 3,9 milhões de euros para melhorar a formação de jovens doutorandos na área da optometria e ciências da visão.


O projecto terá a duração de quatro anos e visa formar 15 estudantes com o apoio de 10 instituições de ensino superior e quatro empresas. Esta será uma equipa multidisciplinar composta por optometristas, oftalmologistas, físicos, engenheiros, biólogos e industriais responsáveis pelo fabrico de dispositivos, como implantes intra-oculares.


Em entrevista ao UM I&D, o coordenador adianta que a Universidade do Minho vai "contratar dois investigadores". Contudo, a academia minhota, fruto do factor mobilidade do projecto, irá receber entre cinco a sete investigadores provenientes de outros países e instituições parceiras. Uma mais valia desta iniciativa europeia que irá enriquecer a sua formação, ou seja, dos jovens estudantes, uma vez que podem permanecer nas instituições parceiras até, aproximadamente, três meses. 


Uma das patologias "chave" da rede Oberon é a miopia. Uma doença que, no futuro, poderá tornar-se numa verdadeira pandemia a nível da saúde visual. Segundo o investigador, "é estimado que 50% da população mundial, em 2050, venha a sofrer de miopia. Um problema grave, uma vez que passados 20 anos a miopia pode provocar danos irreversíveis na visão das pessoas".


De acordo com José Meijome uma das metas do programa, no âmbito do concurso de Redes Europeias de Investigação, passa por monitorizar o crescimento do olho. "A partir dos 60 anos, as pessoas com mais de 28 milímetros de cumprimento têm miopia moderada ou elevada. 80% dessas mesmas pessoas vão desenvolver uma perda irreversível, severa ou até cegueira total", alerta. Recorde-se que o cumprimento normal de um olho ronda os 23 milímetros.



"Optometristas são necessários neste género de redes pois têm conhecimento da óptica e do funcionamento do órgão ocular. Conhecimento esse que os médicos oftalmologistas não adquiriram na sua formação".


A declaração é do professor da Escola de Ciências. Quando questionado sobre a polémica que se instalou sobre os profissionais de Optometria e Ciências da Visão, José Meijome refere que esse é "um não assunto". Para o decente da UMinho trata-se de uma questão de "falta de regulamentação". 


"Ninguém, para além das nossas fronteiras, coloca em causa a competência dos nossos profissionais. Muitos dos optometristas formados na UMinho trabalham em países europeus", logo a questão de não estarem habilitados para realizar, por exemplo, consultas, não faz sentido. O investigador confessa que esta falha na regulamentação é tardia. "O Governo deveria clarificar o que cada profissional pode ou não fazer", frisa.


Recorde-se que a UMinho oferece formação superior em Optometria e Ciências da Visão ao nível de licenciatura desde 1988, de mestrado desde 2009 e de doutoramento desde 2013. 



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