Academia 21.09.2020 20H47
Obras de conversão da Santa Luzia em residência devem arrancar em 2021
Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o objectivo passa por concluir o projecto referente à empreitada ainda este ano.
O Governo espera que os trabalhos de conversão da antiga escola de Santa Luzia, sediada em Guimarães, em residência universitária comecem no próximo ano. O assunto foi abordado esta segunda-feira pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, à margem da inauguração da sede do MIT Portugal, que decorreu no Campus de Azurém da Universidade do Minho.
Manuel Heitor explica que tem “mantido contactos com o presidente da Câmara Municipal de Guimarães para que o processo seja acelerado”. “Estamos a tentar que o projecto fique concluído ainda este ano. Essa é a ideia para garantir que a obra arranque em 2021”, refere.
O autarca Domingos Bragança e o reitor da Universidade do Minho já mostraram o seu desagrado em relação ao atraso do processo, tendo inclusivamente enviado uma carta ao primeiro ministro António Costa.
Recordando que foi feita “uma diligência para que o edifício [que pertence ao Ministério das Finanças] fosse cedido à câmara municipal ou à universidade”, Rui Vieira de Castro confessa que tem sido uma situação “desesperante pelas várias indefininções em torno do projecto”. “Houve compreensão para tal facto, mas ainda não foi formalizado [o acordo de cedência do espaço]. Continuamos numa posição expectante há quase dois anos”, acrescenta.
Reitor considera que "reanimação da economia" pode voltar a expôr "problema de fundo"
O Governo anunciou este domingo 4500 novas camas para estudantes do ensino superior, através de uma parceria com a Movijovem e várias estruturas representativas de unidades hoteleiras e de alojamento local. Manuel Heitor explica que o número de camas disponibilizadas foi “com base na manifestação do interesse imediato demonstrado pelos diferentes associados”. No entanto, o governo esclarece que “os números são evolutivos e que todos os dias haverá actualizações”.
“Desenvolvemos um observatório digital onde todos os dias são exibidos os quartos disponíveis, algo que resulta da consulta diária de mais de um milhão de anúncios. O objectivo é que os estudantes percebam onde há quartos e quais são os preços”, refere.
Na Universidade do Minho, devido às normas impostas pela Covid-19, as residências universitárias perderam cerca de 140 vagas. De acordo com os dados da Direção-Geral do Ensino Superior, a oferta actual na academia minhota é de 1.283 camas públicas (menos dez do que no ano lectivo passado) e 205 quartos privados. Questionado pela RUM, Manuel Heitor não especificou a forma como essa oferta será distribuída entre Braga e Guimarães nem os espaços que se disponibilizaram para acolher os estudantes.
Por seu turno, o reitor não esconde que o anúncio de mais camas é “uma boa notícia”, mas alerta que é “apenas a manifestação de uma vontade política”, já que “há instrumentos que têm de ser afinados”. “Há vários passos que têm de ser dados num espaço muito curto de tempo. As aulas começam daqui a duas semanas na Universidade do Minho”, refere.
Rui Vieira de Castro destaca que, à margem do processo levado a cabo pelo Governo, a academia minhota “estabeleceu conversações com hostels e unidades de alojamento local sobretudo do concelho de Guimarães, em conjunto com a Câmara Municipal”. No entanto, sublinha que “ainda não está nada fechado”. Em relação a Braga, o líder da instituição de Ensino Superior confessa que tem sido “mais difícil e desafiante”, já que os preços são “superiores”.
Independentemente dos acordos que forem estabelecidos, Rui Vieira alerta que se trata de “uma solução provisória”, dependente da “reanimação da economia”. “O problema de fundo permanence. Onde é que conseguimos arranjar alojamento num cenário de reanimação da economia? Parte destes espaços voltará a ser alocado ao turismo. Se houver uma reanimação da oferta e da procura turística, vamos voltar ao velho problema da insuficiêcnia de quartos disponíveis para os nossos estudantes e isso é absolutamente penalizador”, problematiza.