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OLGA PEREIRA. FOTO: CMB
Elsa Moura

Regional 18.09.2024 19H01

Olga Pereira acusa João Granja de “falta de atitude conciliadora” para escolha do candidato do PSD

Escrito por Elsa Moura
Declarações à RUM de Olga Pereira confirmam divisões no partido relativamente ao processo de escolha do candidato que vai substituir Ricardo Rio na corrida autárquica da coligação Juntos por Braga em 2025.
Declarações de Olga Pereira e João Granja à RUM

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O presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Braga, João Granja, é acusado de “gerir mal o processo” de escolha do candidato à Câmara Municipal de Braga tendo em vista as eleições autárquicas de 2025.


Na passada segunda-feira, a comissão política foi chamada a indicar o nome para suceder a Ricardo Rio. Surgiram duas candidaturas, a de João Rodrigues e a de Olga Pereira, ambos vereadores em funções no executivo. João Rodrigues obteve a maioria dos votos, mas nem todos os envolvidos se mostraram agradados com a condução anterior do processo, por parte do presidente da concelhia do PSD, João Granja, nomeadamente Olga Pereira.


Aos microfones da RUM, Olga Pereira nota que “o presidente da concelhia não geriu bem o processo nem teve a atitude conciliadora que publicamente tinha anunciado que teria”. Afirma também que “houve algumas circunstâncias que nem têm que ver especificamente com o processo da escolha do candidato” que a levaram a decidir apresentar a sua candidatura, decisão que terá tomado apenas na sexta-feira anterior.


No entanto, ressalva que esta questão “não pode fazer esquecer o essencial”, o currículo necessário para o cargo que assume reunir. “Tenho o currículo profissional, político, partidário e autárquico, tenho a experiência e resultados do trabalho, em múltiplas e importantes áreas autárquicas, que também falam por mim. Tinha todas as condições para ser candidata a presidente da Câmara Municipal de Braga”, ressalva. 


Respeitando a opção dos membros da comissão política do PSD, diz também que naquele contexto “não podia deixar de afirmar a posição”, o que fez em sede própria, submetendo-se ao sufrágio.


"Respeito imenso o João Rodrigues e não há qualquer desavença"


Olga Pereira vai mais longe e lembra que nada a move contra João Rodrigues, vencedor naquele processo eleitoral. “As eleições nunca estão ganhas antes de acontecerem. Foi o primeiro passo de todo um processo que entendo que deveria ter sido gerido de forma diferente. Gosto muito do Dr. João Rodrigues, somos colegas de executivo, tenho imenso respeito por ele e não há nenhum tipo de desavença ou mal-entendido entre ambos, temos um ótimo relacionamento”, vinca.


Questionada sobre a sua eventual disponibilidade para assumir a equipa de João Rodrigues nas próximas eleições autárquicas, caso se confirme como candidato à CMB, Olga Pereira admite que ainda não ponderou a situação assumindo estar “absolutamente focada no trabalho que falta fazer até ao final do mandato, um trabalho do qual depende também um bom resultado nas autárquicas”, sustenta ainda. “A minha lealdade com o partido e com a cidade impõe que cumpra com o máximo de zelo as funções para as quais fui eleita”, conclui.


"Não faço ideia a que circunstância se refere. (...) Percebo que o resultado não tenha correspondido às expetativas" - João Granja


Contactado pela RUM para reagir às declarações de Olga Pereira, João Granja adianta desconhecer a situação concreta que a também vereadora alega. “Não faço ideia e acho estranho até que se façam afirmações dessas com base em circunstâncias que não se explicam quais são. Esse é um problema dela, não é um problema meu, muito menos do partido”, responde.


O presidente da comissão política concelhia do PSD assegura que está “de consciência tranquila” e que o processo “decorreu de acordo com o que está previsto nos estatutos”. Assume ainda que a candidatura de Olga Pereira “é de saudar”, e que o processo decorreu “com grande elevação e participação”. 

“Houve uma discussão prévia à votação muito dinâmica e participada onde todos disseram o que pretendiam sobre todos os assuntos, sem qualquer restrição”, acrescenta.


Já sobre os resultados recorda que João Rodrigues recolheu doze votos dos presentes, registou-se um voto nulo e Olga Pereira obteve três votos. “Percebo que aquilo possa não ter correspondido às suas expetativas, mas a democracia funciona, e funciona assim”, rematou, referindo-se aos votos de Olga Pereira.


A polémica poderá não ficar por aqui e voltar a surgir no próximo plenário aberto a todos os militantes da comissão política concelhia do PSD de Braga, ainda que nada possa alterar o nome indicado.


Contactado pela RUM, João Rodrigues remete qualquer declaração sobre esta indicação apenas para mais tarde. Já Rui Morais optou por não entrar na corrida.

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