O esboço de um filme em Braga começou a pairar na cabeça de José Oliveira em 2015. Em conversa com o amigo João Palhares, o realizador imaginou uma longa-metragem na sua cidade natal, que "trouxesse uma nova imagem de Braga, cheia de energia e de movimento".

A partir daí, e com João Palhares, José Oliveira escreveu um argumento que, passada meia década, é agora colocado em tela. Em Abril, as salas de cinema do país vão exibir Os Conselhos da Noite (da produtora The Stone and The Plot), terceiro filme da obra do realizador bracarense, e que conta a história de Roberto (interpretado por Tiago Aldeia), um jornalista desiludido com o seu passado, que larga o trabalho no campo numa quinta alentejana para regressar a Braga, a sua cidade natal.

O filme, que foi rodado em locais como a Sé ou o Mosteiro de Tibães, apresenta a cidade como protagonista. Também o elenco inclui artistas bracarenses, como são os casos dos músicos Adolfo Luxúria Canibal e Filipe Palas ou a actriz Marta Carvalho.

VEJA AQUI O TRAILER DO FILME

À RUM, o realizador revela que o filme "é uma história de sempre, de uma personagem perdida, e mostra uma cidade com uma energia vital, de cara renovada, mas que não descura a sua história". "Eu e o João ganhámos a percepção que Braga é muito diferente de há 10, 15 anos, e existe um novo tipo de música, poesia, discurso e visão do mundo".

Após 5 anos em pré-produção, desde a escrita do argumento até à estreia nas salas de cinema, José Oliveira diz estar "satisfeito" com o resultado final. "Estou satisfeito sobretudo porque muita gente que admiro, como o Adolfo ou o Filipe Palas, trabalharam no filme, quase por amor", assume, salvaguardando, porém, "que houve coisas que tiveram de ser mudadas, pelo período de filmagem ou até pelas condições climatéricas". O cineasta admite que "é o jogo do cinema" e "é bom quando tens uma coisa no papel e ela se transforma organicamente, que ganhe vida própria".

Os Conselhos da Noite estreia no dia 1 de Março no Fantasporto, onde vai competir para Melhor Longa-Metragem Portuguesa, e é depois distribuído, a partir do dia 2 de Abril, nas salas de cinema NOS e em algumas salas independentes. A vontade futura passa por colocar o filme no circuito internacional.

Ao público, José Oliveira lança um repto, especialmente dirigido aos bracarenses, para assistirem à sua mais recente obra. 

"É um filme feito em Braga, com as gentes e rodado em vários espaços da cidade. Traz uma nova imagem de Braga, num filme juvenil, cheio de energia e movimento. Espero que as pessoas de Braga possam ver a sua cidade à minha maneira".