Um baldio, uma igreja, um rio e uma dimensão político-social. O primeiro acto de 'Paisagem Efémera - natural e rural', protagonizado pelo Teatro da Didascália, em cena entre os dias 23 e 25 de Outubro, atravessa quatro espaços principais de Joane.

Durante aproximadamente duas horas, através de um percurso de 2,5 quilómetros, o público é convidado a conhecer e a explorar as memórias e os lugares sagrados e profanos da vila famalicense.

Por um lado, uma das personagens "simula uma candidatura à presidência da Junta de Freguesia de Joane com alguns elementos absurdos, que servem como metáfora para evidenciar problemas sistémicos do território local e envolvente, como a falta de condições de mobilidade".

Por outro, o director artístico explica que existem "momentos mais poéticos, como a recriação de procissões que vão desaparecendo com o tempo, associado à Igreja de Joane, e a chamada da atenção para a importância do Rio Pele, que é pouco valorizado".

"Foi um trabalho construído a partir de conversas e entrevistas com pessoas de Joane. No meio dessas conversas questionámos o que faltava cá e como foram as transformações da paisagem de Joane ao longo do tempo", refere, acrescentando que os joanenses "falaram muito da falta de uma centro urbano na vila".

Natural de Joane, Bruno Martins é um dos actores da peça, juntando-se a António Júlio, Margarida Gonçalves e Rui Souza no elenco. O primeiro acto de 'Paisagem Efémera - natural e rural', que tem como ponto de partida o adro da Igreja de Joane,  pode ser visto entre 23 e 25 de Outubro, às 21 horas, sendo que o número de pessoas por espectáculo está limitado a 30 pessoas.

O segundo acto está previsto para o mês de Dezembro, entre 18 e 20, e é dedicado ao solsítico de Inverno, em que será explorada a paisagem noturna da vila. O projecto culmina no próximo ano com 'Paisagem Efémera - industrial e urbana', desta vez em Riba d'Ave.